Dólar: a moeda americana terminou cotada a R$ 3,0550, 2,18% (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2015 às 17h34.
São Paulo - O dólar teve nesta quarta-feira, 8, sua sétima e mais contundente queda dos últimos dias, favorecido pelo ambiente político mais tranquilizador, fluxo positivo de recursos e movimento em baixa da moeda no exterior em grande parte do dia.
A ata do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) acabou levando o dólar para cima lá fora, mas, internamente, a moeda apenas perdeu um pouco de força, sem abandonar o terreno negativo.
O dólar comercial não operou em nenhum momento em alta hoje. Terminou cotado a R$ 3,0550, 2,18% mais barato do que na véspera e no menor preço desde os R$ 3,05 de 6 de março passado.
Na mínima, marcou R$ 3,054 (-2,21%) e, na máxima, R$ 3,1090 (-0,44%). No mercado futuro, a moeda para maio marcava, às 16h45, queda de 2,44%, a R$ 3,0750.
A continuidade do movimento baixista do dólar se deu hoje após a transferência da articulação política do governo para o vice-presidente Michel Temer.
O peemedebista foi incumbido da tarefa depois que o Secretário de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), recusou o convite feito pela presidente. 'Tapa-buraco', a solução, entretanto, teve um resultado definitivo para o governo: a leitura do mercado foi amplamente positiva, sobretudo depois que Temer, hoje, garantiu a assinatura, pelos líderes, de um documento no qual os parlamentares afirmam apoiar "o esforço pelo equilíbrio e estabilidade fiscal".
A presidente Dilma deu carta branca a seu vice e exclusividade na negociação política com o Congresso. Com isso, espera ter destravados os empecilhos para a aprovação das medidas fiscais - criados sobretudo pelo próprio PMDB. E isso trouxe um ambiente mais positivo para o mercado, que espera, assim, ver a meta fiscal cumprida neste ano de gestão de Joaquim Levy.
No encontro que coordenou com os líderes da base aliada nesta tarde, Temer conseguiu ainda o compromisso de que "nada que importe despesa ou redução das receitas seria neste momento examinado". Além disso, as medidas de ajuste fiscal devem ser naturalmente examinadas pelo Congresso Nacional.
Outro destaque da fala de Temer é o de que o diálogo continua muito sólido. "Tenho enfatizado que o Executivo só pode governar se tiver apoio do Congresso Nacional. Apoio no sentido político, mas também no sentido Legislativo. E eles (os líderes da base aliada) estão de acordo com isso. Não é o PT e o PMDB que estão em pauta. O que está em pauta é a base aliada, que tem de estar reunificada em torno dos projetos do governo e auxiliando nos projetos do governo", ressaltou.
O dólar renovou as mínimas logo após as declarações de Temer e perdeu fôlego logo depois, quando saiu a ata do Federal Reserve. Mas o movimento foi visto muito mais como especulativo do que uma precificação propriamente dita. Tanto que, logo depois o dólar novamente bateu a mínima da sessão.
*Texto atualizado às 17h33