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Dólar cai 1,5% e caminha a R$3,20 após Fed

"O Fed deu a impressão de que está cada vez mais distante um aumento dos juros. E o dólar só tinha o Fed para segurar as cotações"


	Dólar: o dólar recuou 1,52%, a 3,2114 reais na venda, menor patamar desde 8 de setembro (3,2104 reais)
 (Bruno Domingos/Reuters)

Dólar: o dólar recuou 1,52%, a 3,2114 reais na venda, menor patamar desde 8 de setembro (3,2104 reais) (Bruno Domingos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2016 às 18h18.

São Paulo - O dólar fechou com queda de 1,5 por cento nesta quarta-feira, perto de 3,20 reais, influenciado pela sinalização do Federal Reserve, banco central norte-americano, de que deve elevar apenas uma vez neste ano sua taxa de juros, o que reduziu a aversão ao risco.

O dólar recuou 1,52 por cento, a 3,2114 reais na venda, menor patamar desde 8 de setembro (3,2104 reais). Na mínima da sessão, o dólar marcou 3,2087 reais, já após a decisão do Fed.

O dólar futuro caía cerca de 1,50 por cento no final desta tarde.

"O Fed deu a impressão de que está cada vez mais distante um aumento dos juros. E o dólar só tinha o Fed para segurar as cotações", comentou o economista de uma corretora nacional.

Nesta tarde, o Fed manteve suas taxas de juros entre 0,25 e 0,50 por cento, como amplamente esperado, mas as autoridades reduziram o número de altas de juros que esperam neste ano de duas para uma, de acordo com a projeção mediana de estimativas divulgada com o comunicado.

O Fed também reeduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país a 1,8 por cento neste ano, contra 2 por cento antes, e manteve suas contas para o núcleo da inflação, com alta de 1,7 por cento.

Mas, para 2017, cortou a previsão de alta dos preços a 1,8 por cento.

"O comunicado sinalizou um banco central mais duro, com o Fed ainda trabalhando com pelo menos uma alta de juros este ano", comentou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

"Mas quando olhamos as projeções para inflação... vemos que o movimento de elevação (dos juros) deve ser bem gradual, até mais do que anteriormente previsto", acrescentou.

As chances de aumento da taxa de juros dos EUA no encontro de dezembro perderam força durante a tarde, segundo as taxas de juros futuros do país.

Juros maiores nos Estados Unidos tendem a atrair recursos atualmente aplicados em outros mercados, como o brasileiro.

A trajetória de baixa da moeda norte-americana frente ao real nesta sessão também foi influenciada pelo Banco do Japão, que mudou o foco da sua política monetária e determinar meta para rendimentos de títulos públicos.

"Essa decisão inesperada do BC japonês ajustou os 'yields' dos títulos longos (nos EUA) e fez dólar cair", comentou mais cedo o gestor de uma corretora nacional.

O banco central japonês fez uma mudança abrupta e adotou como foco a taxa de juros de títulos do governo buscando alcançar sua meta de inflação, após anos de forte impressão de dinheiro que não tirem efeito para tirar a economia de décadas de estagnação.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap reverso, equivalente à compra futura de dólares.

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