Dólar: "Mercado quer ver quem vai se sobressair na questão da meta, a ala política ou a econômica" (foto/AFP)
Reuters
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 17h26.
São Paulo - O dólar encerrou a terça-feira em queda ante o real, com um movimento de correção após ter ido a 3,20 reais na véspera e depois de o governo ter definido para esta terça-feira o anúncio da nova meta fiscal e descartado as piores projeções.
O dólar recuou 0,91 por cento, a 3,1728 reais na venda, depois de oscilar entre a mínima de 3,1712 reais e a máxima de 3,2067 reais. Na véspera, a moeda subiu a 3,2020 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,45 por cento.
"Mercado quer ver quem vai se sobressair na questão da meta, a ala política ou a econômica... se for 159 bilhões de reais mesmo, será a econômica", comentou o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech.
Após reunião com líderes partidários nesta manhã, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou que o déficit da meta fiscal fosse subir para 165 bilhões de reais ou 170 bilhões de reais, mas disse que ainda não havia um número.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), entretanto, disse que no domingo foi fixado o valor e ele será um déficit de 159 bilhões de reais.
Meirelles descartou a criação de novos impostos e disse que o governo discute aumento de receitas extraordinárias e não elevação de despesas.
O Ministério da Fazenda disse inicialmente que o anúncio seria na quarta-feira pela manhã, mas, no fim da tarde, adiantou para esta terça-feira, levando o dólar a renovar a mínima da sessão.
Além do anúncio da meta, com perspectiva de que o número não seja a pior versão veiculada nos últimos dias, o dólar acabou passando por uma correção, influenciada pelo nível atingido na véspera.
"Temos recomendado venda de moeda nessa região ao redor de 3,20 reais", comentou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, ao acrescentar que a valorização da moeda no exterior impediu uma correção maior por aqui.
No exterior, o dólar subiu ante uma cesta de moedas após dados mais robustos sobre a economia norte-americana e também ante divisas de emergentes, como o peso mexicano e a lira turca.
O alívio das tensões em torno da Coreia do Norte que levaram os capitais a buscar segurança no Japão e na Suíça na semana passada, também favorecia a valorização do dólar no exterior.