Dólar: os investidores têm interpretado que o BC reduzindo a Selic é um sinal de que a economia está exibindo melhora
Reuters
Publicado em 19 de outubro de 2016 às 17h21.
São Paulo - O dólar terminou em queda pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira, na casa de 3,16 reais, e encerrou no menor nível em mais de dois meses, influenciado por fluxo de recursos e pelo movimento da moeda norte-americana no exterior.
O dólar recuou 0,44 por cento, a 3,1690 reais na venda, menor patamar de fechamento desde 11 de agosto (3,1400 reais). Nestes dois pregões em queda, recuou 1,20 por cento. O dólar futuro cedia cerca de 0,5 por cento nesta tarde.
Na mínima da sessão, a moeda norte-americana marcou 3,1645 reais e, na máxima, 3,1996 reais.
"O mercado não teve força para subir, teve um pouco de fluxo de entrada e as condições melhores domésticas favoreceram o recuo da moeda", comentou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.
Na semana passada, segundo dados divulgados nesta tarde pelo Banco Central, o fluxo cambial ficou positivo em 623 milhões reais, elevando o acumulado até 14 de outubro a 1,157 bilhão de entradas.
"O humor está bom para Brasil, com aprovação da PEC fiscal (em primeiro turno pela Câmara dos Deputados), reorganização política mostra força e reformas podem ser endereçadas de forma correta", comentou o estrategista-chefe da corretora Icap, Juliano Ferreira.
Pela manhã, no entanto, o dólar operou em alta, com importadores atraídos pela cotação de fechamento da véspera, na casa de 3,18 reais. Mas, segundo operadores, o fluxo positivo de recursos que levou o dólar a inverter a trajetória para baixo.
O mercado vem trabalhando com trajetória de baixa do dólar diante da perspectiva de fluxo positivo com a proximidade do fim do prazo para a regularização de recursos no exterior e também com a expectativa de início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Banco Central, nesta quarta-feira.
Os investidores têm interpretado que o BC reduzindo a Selic é um sinal de que a economia está exibindo melhora e, nesse cenário, investidores estrangeiros desembarcarão por aqui.
"O governo brasileiro tem conseguido vender o Brasil lá no exterior", comentou um gestor de uma corretora nacional. "Isso favorece a entrada de recursos", acrescentou ele ao citar viagem do presidente Michel Temer ao Japão.
Nesta quarta, Brasil e Japão acertaram explorar oportunidades de investimento japonês em infraestrutura no Brasil.
No exterior, o dólar cedia ante o peso mexicano e rand sul-africano, em meio à alta nos preços do petróleo.
O BC vendeu nesta manhã o lote integral de 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de moeda.