O dólar subia e chegou a encostar no patamar de 3,40 reais nesta segunda-feira (Ian Waldie/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de abril de 2018 às 14h20.
São Paulo - O dólar subia e chegou a encostar no patamar de 3,40 reais nesta segunda-feira, de olho na cena externa e temores de guerra comercial entre Estados Unidos e China e também na cena política local, diante de preocupações com a eleição presidencial de outubro.
O movimento acontecia apesar da volta do Banco Central ao mercado cambial, com novo leilão de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólar, para rolagem dos contratos que vencem em maio.
Às 12:12, o dólar avançava 0,69 por cento, a 3,3913 reais na venda, depois de saltar 2,06 por cento na semana passada e ir a 3,3947 reais na máxima deste pregão. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,70 por cento.
"As preocupações com a guerra comercial continuam. Por isso, embora aqui tenha espaço para melhorar, pelo swap e pela gordura acumulada, não melhora tanto", afirmou o profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.
No exterior, o dólar cedia ante uma cesta e operava misto ante divisas de países emergentes, em alta ante a lira turca e baixa ante o peso mexicano.
A China intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira devido a bilhões de dólares em ameaças de tarifas, dizendo que Washington seria o culpado pelos atritos e repetindo que é impossível negociar sob as "circunstâncias atuais".
Internamente, o cenário político continuava sendo fonte de preocupações para os mercados, após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de semana.
O petista, visto por investidores como menos comprometido com o controle das contas públicas, lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais deste ano e, mesmo sem concorrer, pode exercer influência no pleito como forte cabo eleitoral.
"Para os investidores, o evento (prisão) importa pelo eventual impacto que terá no quadro eleitoral de agora até outubro", afirmou o outro gestor de derivativos de uma corretora fluminense. "Com a incerteza da situação, e um quadro eleitoral ainda em aberto, é natural que os mercados locais demandem mais prêmios de risco", emendou.
A volta do BC ao mercado chegou a ajudar a segurar altas mais significativas do dólar frente ao real no início dos negócios, mas acabou ficando coadjuvante pouco tempo depois.
A autoridade monetária vendeu nesta sessão toda a oferta de até 3,4 mil swaps, ou 170 milhões de dólares do total de 2,565 bilhões de dólares que vence em maio.
Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o estoque total que vence no próximo mês.