Bolsa: às 11:09, o Ibovespa caía 0,9% o, a 99.783,69 pontos (Thomas Trutschel/Getty Images)
Reuters
Publicado em 27 de junho de 2019 às 09h28.
Última atualização em 27 de junho de 2019 às 15h25.
São Paulo — O dólar avançava ante o real nesta quinta-feira, de olho no cancelamento da reunião desta quinta-feira na comissão especial sobre reforma da Previdência, e tendo o exterior como pano de fundo.
Às 13:05, o dólar avançava 0,46%, a 3,8645 reais na venda. Na quarta-feira, o dólar encerrou em queda de 0,16%, a 3,8467 reais na venda. Neste pregão, o dólar futuro tinha alta de 0,5%.
A sessão da comissão especial da Câmara prevista para esta quinta-feira foi adiada, o que leva a votação da matéria no colegiado também para a próxima semana. Mas segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o relator da proposta, Samuel Moreira (PSDB-SP), o adiamento não prejudica o calendário e a previsão de votar a proposta ainda antes do recesso no plenário da Câmara.
"(Mas) na prática o atraso dificulta muito a votação no plenário antes do recesso, que começa dia 18 de julho", avaliaram economistas da XP Investimentos, em nota.
O adiamento gerou cautela entre investidores, o que soma a um movimento usual de fim de mês de fortalecimento do dólar, explicou o diretor de câmbio do banco Ourominas, Mauriciano Cavalcante.
"O mercado nesta quinta e sexta-feiras deve pesar um pouco mais, na sexta com a formação da Ptax, com empresas estrangeiras enviando os lucros para fora, e o BC está agindo um pouco aí, jogando alguns bilhões de dólares no mercado para poder suprir essa saída", explicou, em referência aos leilões de linha realizados pela autoridade monetária na terça e quarta-feira.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que o BC vai intervir quando houver algum problema de liquidez no mercado de câmbio e não tem discriminação contra nenhum instrumento cambial, acrescentando que as atuações ocorrem de acordo com a demanda do mercado.
Nesta quinta, o BC concluiu a rolagem dos 10,089 bilhões de dólares em contratos que expirariam em 1º de julho.
Investidores também têm no radar o exterior, em especial a cúpula do G20, que começa na sexta-feira. O mercado externo piorou o sinal após o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, dizer que os EUA podem avançar com a imposição de tarifas adicionais sobre produtos chineses.
São Paulo — O principal índice da bolsa de São Paulo iniciou o pregão desta quinta-feira em queda, perdendo o nível de 100 mil pontos, após o adiamento da leitura e votação da complementação de voto do relator da Previdência para a próxima semana.
O movimento ocorria descolado de mercados internacionais, que operavam sob cautela ante as discussões comerciais entre Estados Unidos e China durante a cúpula do G20.
Às 11:09, o Ibovespa caía 0,9% o, a 99.783,69 pontos, com poucas ações operando no azul, entre elas GPA, que disparava mais de 10 por cento, destoando do restante do mercado. O volume de negócios era de 2,8 bilhões de reais.
Deputados decidiram adiar a leitura da complementação de voto do relator da proposta de reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), que estava prevista para esta quinta-feira, enquanto buscam uma solução sobre a extensão das novas regras de aposentadoria a Estados e municípios.
"Na prática o atraso dificulta muito a votação no plenário antes do recesso, que começa dia 18 de julho, o que pode segurar um movimento positivo da bolsa", disse a XP Investimentos em nota.
Seguindo as repetidas revisões para baixo da economia brasileira pelo mercado, o Banco Central reduziu sua projeção de crescimento para o PIB em 2019 para 0,8%, atribuindo o corte à retração da atividade no primeiro trimestre e à ausência de sinais nítidos de recuperação nos primeiros indicadores divulgados para o segundo trimestre.
O foco no exterior é o encontro bilateral entre os presidentes chinês, Xi Jinping, e norte-americano, Donald Trump, quando o líder da China planeja apresentar um conjunto de termos com os quais os EUA devem se comprometer para que o governo chinês possa concordar em resolver a disputa comercial, segundo o Wall Street Journal.
-GPA disparava 10,7% após proposta do controlador Casino de uma reorganização dos ativos do grupo francês de varejo na América Latina, que na visão de analistas deve encerrar um 'overhang' sobre os papéis e dúvidas sobre o futuro do grupo.
-VALE ON avançava 0,4%, em meio à forte alta do minério de ferro, cujo contrato mais ativo na China fechou com alta de 3,3%, a 821,5 iuanes.
-ITAU UNIBANCO puxava a queda do índice desvalorizando-se 1,7%. BRADESCO PN recuava 1,6%. BANCO DO BRASIL ON e SANTANDER BR UNIT também caíam 1% e 1,75%, respectivamente.
-VIA VAREJO ON recuava 2%. Na noite da véspera o conselho de administração elegeu o empresário veterano do setor Michael Klein para a presidência do colegiado. O conselho também elegeu um novo presidente-executivo para companhia controlada pelo GPA até meados do mês.
-ELETROBRAS PNB perdia 1% diante da notícia que o Superior Tribunal de Justiça decidiu que a União não é obrigada a dividir com a empresa o pagamento de uma dívida gerada por empréstimos compulsórios, informou a assessoria de imprensa do tribunal.