Dólar cai 1,1% e encerra cotado a 5,275 reais (halduns/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 14 de setembro de 2020 às 09h14.
Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 17h06.
O dólar caiu 1,1% nesta segunda-feira, 14, e encerrou sendo vendido por 5,275 reais - o menor valor de fechamento desde o final de julho. O movimento acompanhou a desvalorização do dólar no exterior, com os investidores repercutindo positivamente a volta dos testes da vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.
Na semana passada, os testes tiveram que ser interrompidos, após um voluntário apresentar reações adversas. Autoridade Sanitária do Reino Unido (MHRA na sigla em inglês), porém, autorizou a retomada dos testes alegando que a relação risco/benefício ainda era favorável à vacina.
A parceria da americana Oracle com a chinesa ByteDance para assumir as operações da rede social Tik Tok nos Estados Unidos também contribuiu para o bom humor no mercado global. “O acordo deve diminuir os conflitos comerciais sino-americanos”, afirma Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.
Recentemente, o presidente Donald Trump ameaçou proibir o Tik Tok no país, caso as operações não fossem vendidas para uma empresa dos Estados Unidos. Segundo Trump, o aplicativo chinês representava um risco para a privacidade dos americanos.
No calendário econômico, a produção industrial da Zona do Euro teve expansão de 4,4% em julho, superando as expectativas do mercado de 4% de alta. Impulsionado pela valorização do euro, o índice Dxy, que mede o desempenho do dólar contra pares desenvolvidos, permaneceu em queda o dia todo.
No Brasil, foi divulgado nesta manhã o IBC-Br de julho, que apontou para crescimento de 2,15%, confirmando o terceiro mês consecutivo de recuperação. Apesar de ter ficado abaixo das expectativas, o dado negativo foi compensado pelas melhores estimativas expressas no boletim Focus.
No radar do mercado também está a Super Quarta, quando terá a decisão sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos. A expectativa é de manutenção nos dois países. No Brasil, havia alguma esperança de novo corte para 1,75% ao ano, mas ela foi reduzida com os recentes dados de inflação.
“A inflação está despontando. O mercado já começa a se perguntar quando os juros vão começar a subir”, afirma Laatus.