Mercados

Dólar sobe a R$ 5,90 e bate novo recorde após EUA rejeitar juro negativo

Temores sobre guerra comercial também voltaram à tona, com provocações de Donald Trump à China

Dólar: na última sessão, moeda virou para alta, com temores sobre conteúdo do vídeo de Bolsonaro (Pixabay/Reprodução)

Dólar: na última sessão, moeda virou para alta, com temores sobre conteúdo do vídeo de Bolsonaro (Pixabay/Reprodução)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de maio de 2020 às 16h15.

Última atualização em 13 de maio de 2020 às 18h41.

O dólar fechou mais uma vez em patamares recordes contra o real, nesta quarta-feira 13. No radar dos investidores esteve o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), que rejeitou a possibilidade de os juros americanos caírem para o território negativo. A provocação do presidente americano, Donald Trump, à China também teve impacto negativo no câmbio. Neste pregão, o dólar comercial subiu 0,6% e encerrou cotado a 5,901 reais, enquanto o dólar turismo caiu se apreciou 0,5%, a 6,14 reais. 

Pela manhã, o dólar chegou a operar em queda à espera do discurso de Powell. “Tinha a expectativa de que ele direcionasse para juros negativos, mas ele praticamente fechou a porta ao dizer que não é o tipo de política que combina com os EUA ou o cenário atual”, disse Jefferson Laatus.

Caso a maior economia do mundo optasse pela política de juros negativos, a tendência era a de que saísse dinheiro dos Estados Unidos para outros países, já que os títulos do governo se tornariam ainda menos atrativos. Atualmente, os juros americanos estão entre o intervalo de 0% e 0,25% ao ano.

Em seu discurso, Powell também alertou sobre os riscos que a economia americana atravessa, mas que a responsabilidade deve ser mais do Congresso do que do Fed.

No período da tarde, Trump decidiu usar sua conta do Twitter para voltar a responsabilizar a China pelo coronavírus e disse que nem "cem acordos comerciais fariam a diferença". A publicação gerou desconforto no mercado de câmbio. "Há temores de que o acordo comercial [de janeiro] não vingue e que de tenhamos um enfraquecimento comercial ainda mais intenso", afirmou Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

No cenário interno, o vídeo da reunião ministerial do presidente Jair Bolsonaro continua repercutindo entre os investidores, que esperam a divulgação do conteúdo na íntegra. Jefferson Ruik, diretor de câmbio da corretora Correparti, considera que, dependendo dos desdobramentos, o dólar subir ainda mais. 

“Parece que hoje [o assunto] deu uma acalmada. Mas, ainda pode ter impacto negativo no mercado, se ficar claro que ele usou a reunião para pedir a troca da Polícia Federal por questão política e pessoal”, disse.

Segundo Ruik, o caso poderia, até mesmo, levar ao impeachment do presidente. “Se ficar claro, é forte a possibilidade de impeachment. Já estamos em uma crise econômica e de saúde. Se tiver impeachment, dólar a 6 reais ainda é pouco.”

    Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

    Mais de Mercados

    Ações no Japão ensaiam crescimento depois das compras de Buffett

    Taxas de Trump deixam Volkswagen em alerta

    BYD lança sistema que carrega carro elétrico em cinco minutos – mais um baque para a Tesla

    Warren Buffett não está animado com os EUA. Mas está indo às compras do outro lado do globo