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Em novo recorde, dólar fecha em alta de 1,29% e chega a R$ 5,99, com reação negativa a pacote fiscal

Moeda oscilou entre R$ 5,9463 e R$ 6,0036, recorde histórico intradia

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 09h31.

Última atualização em 28 de novembro de 2024 às 17h25.

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O dólar fechou em forte alta nesta quinta-feira, 29, após o anúncio de Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, sobre o pacote fiscal e isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Pela manhã, o ministro detalhou o plano em uma coletiva de imprensa.

A moeda americana fechou em alta de 1,29%, a R$ 5,9895, novo recorde histórico. Antes, oscilou entre R$ 5,9463 e R$ 6,0036, recorde histórico intradia.

Na quarta-feira, véspera do anúncio, o dólar atingiu a maior cotação da história, chegando em R$ 5,913. O recorde anterior era de R$ 5,905, atingido em 13 de maio de 2020, quando começou a pandemia de coronavírus.

“O dólar bateu R$ 6 hoje pela manhã e voltou. Esse movimento é reflexo do que aconteceu ontem, da falta de informação e da forma como o anúncio foi feito, em tom eleitoral. A expectativa é de que seja um dia mais negativo para a bolsa. Isso se deve tanto pela solução apresentada por Haddad, que privilegia um determinado nicho que pode beneficiá-lo politicamente, quanto pela proposta de favorecer o presidente Lula nas próximas eleições, atingindo a faixa da Classe C com até R$ 5 mil. Isso cria uma nova forma de transferência de renda sem clareza, sem detalhar exatamente de onde virá o dinheiro", afirma Charo Alves especialista da Valor Investimentos.

Já Ítalo Franca, economista do Santander, afirma que a primeira impressão do anúncio é de um potencial mais imediato abaixo do esperado, com foco na revisão de benefícios.

"São medidas importantes, mas geram incerteza até que o potencial se concretize.  O aumento da faixa de isenção do IR adiciona incertezas ao cenário fiscal e econômico. A medida pode aumentar o impulso fiscal em uma economia já aquecida. Apesar de o valor de R$ 70 bilhões ser relevante, há dúvidas quanto às estimativas do que foi discutido hoje."

Na noite de ontem, o governo anunciou medidas para reduzir a trajetória de crescimento das despesas públicas. A principal medida de ajuste das contas do governo incluída no pacote será a trava nas regras de reajuste real do salário mínimo. A estimativa é que o impacto fiscal seja de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.

IR

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em coletiva nesta quinta-feira, 28, que a isenção de Imposto Renda (IR) para trabalhadores com carteira assinada com salário de até R$ 5.000 implica perda de arrecadação de R$ 35 bilhões, segundo dados da Receita Federal. Segundo ele, a ideia é que o projeto de lei sobre o tema seja debatido pelo Congresso em 2025 e, se aprovado, passe a valer a partir de 2026.

"Entendemos que o projeto [de isenção do IR] pode tramitar no ano que vem, com agenda legislativa mais leve e sem agenda eleitoral. A proposta tem um impacto de R$ 35 bilhões e neutralizado pela compensação prevista no próprio projeto. Esse projeto muito bem pensado pela Receita há mais de um ano", disse.

A isenção de IR era uma proposta de campanha do presidente Lula e pegou os investidores de surpresa o anúncio, juntamente, com o pacote fiscal.

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