Dólares: O giro total somou cerca de US$ 813,1 milhões. Na BM&FBovespa, às 16h33, o dólar para agosto de 2015 recuava a R$ 3,1885, com queda de 2,22%, que compensou o fechamento da bolsa na quinta-feira em razão do feriado em São Paulo (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2015 às 17h50.
São Paulo - Após um movimento maior de ajuste de posições pela manhã, o mercado de câmbio operou com liquidez reduzida na tarde desta sexta-feira, 10, o que favoreceu a aceleração da queda do dólar ante o real.
Com o desinteresse pela compra, as poucas ordens de venda que surgiram ajudaram a derrubar as cotações. O dólar à vista renovou mínimas várias vezes até fechar a R$ 3,1660, com baixa de 1,49% no balcão.
O giro total somou cerca de US$ 813,1 milhões. Na BM&FBovespa, às 16h33, o dólar para agosto de 2015 recuava a R$ 3,1885, com queda de 2,22%, que compensou o fechamento da bolsa na quinta-feira em razão do feriado em São Paulo.
Um profissional da Multimoney Corretora disse que os ajustes pós-feriado se concentraram entre 11 horas e 12h30, com operações de tesourarias de bancos e empresas, mas depois a demanda secou e qualquer operação nova, de venda, interferiu, enfraquecendo a moeda ainda mais.
O diretor da Correparti, Jefferson Rugik, viu um forte alinhamento interno à queda do dólar ante as principais moedas emergentes e ligadas a commodities. Durante a manhã, segundo ele, a queda chegou a atrair compradores, mas à tarde o movimento escasseou e só apareceram poucos vendedores.
O apetite por aplicações mais arriscadas foi retomado ontem, quando os mercados fecharam no Brasil, com exceção do câmbio à vista, em razão do feriado em São Paulo. Os investidores começaram a reverter o mau humor de quarta-feira, porque a China adotou medidas, que garantiram liquidez e a recuperação dos mercados de ações na Ásia ontem e nesta sexta-feira.
Além disso, cresceu o otimismo com uma possível nova ajuda dos credores à Grécia até domingo. Ontem, Atenas entregou novas propostas de reformas que, aparentemente, estão mais próximas das exigências dos credores.
As propostas serão examinadas durante reuniões dos ministros de Finanças da zona do euro, neste sábado, e de líderes da União Europeia, no domingo.
Nesse ambiente, os investidores locais praticamente ignoraram, durante a tarde, o fortalecimento do dólar ante o iene, em reação a um discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen.
Ela reiterou que o Banco Central dos Estados Unidos está na trilha para aumentar os juros ainda neste ano. "Eu espero que seja propício em algum momento ainda neste ano dar o primeiro passo para aumentar a taxa de juros e, assim, começar a normalizar a política monetária", disse Yellen.
Seus comentários foram importantes por serem os primeiros da líder do Fed em meio a uma série de eventos internacionais - incluindo o default na Grécia e uma queda do mercado de ações na China - que geraram dúvidas nos mercados financeiros sobre se o Fed iria continuar com o seu plano de elevar as taxas de juros neste ano.
Apesar de Yellen ter confirmado o aperto monetário neste ano, as vendas de dólares persistiram nos mercados emergentes. Mas o ajuste de baixa frente o real é parcial.
Considerando os ganhos computados de 3 a 8, a moeda subiu 4,20%, para R$ 3,2280 na última quarta-feira, 8. Ontem e hoje, acumulou baixa de 1,92%. Desse modo, no mês, o dólar ainda carrega ganhos de 1,83% frente o real e, em 2015 até hoje, +19,25%.
"Apesar dos ajustes de curtíssimo prazo, o cenário de incertezas global e no Brasil continua justificando uma postura defensiva dos investidores", afirmou um outro operador.