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Do dólar ao bitcoin: como o mercado reagiu a indicação de Trump para o Tesouro?

Investidores esperam que Scott Bessent priorize mais a estabilidade da economia

Algumas promessas de campanha de Trump estão causando abalos em moedas pelo mundo (AFP)

Algumas promessas de campanha de Trump estão causando abalos em moedas pelo mundo (AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 06h07.

A semana começou nos mercados com o dólar caindo e o rali do bitcoin estagnando, já que investidores viram a escolha de Scott Bessent para ser o próximo secretário do Tesouro dos EUA como "moderada", segundo a Bloomberg.

O dólar registrava perdas diante do euro no início desta segunda-feira enquanto o bitcoin estava pouco acima dos US$ 98.200. Mesmo com esse movimento, o euro havia caído na semana passada para seu nível mais baixo perante o dólar em dois anos.

Entre as principais bolsas asiáticas, Nikkei fechou em alta de 1,3%. Já Hong Kong teve perdas de 0,3% nesta segunda-feira.

Nomeação de Trump

Os movimentos iniciais indicam que elementos do chamado Trump Trade, aquele choque inicial nos mercados após a eleição do republicano, estão esfriando depois que o novo presidente nomeou Bessent, que dirige o fundo de hedge macro Key Square Group, para supervisionar a economia do país. Embora Bessent tenha indicado que apoiará os planos de tarifas e cortes de impostos de Trump, os investidores esperam que ele priorize a estabilidade em vez de marcar pontos políticos com os mais radicais, segundo a Bloomberg.

A nomeação de Bessent pode aliviar algumas preocupações sobre o impacto de Trump nas economias e moedas de outros países ao redor do mundo. Vale lembrar que o dólar já subiu por oito semanas consecutivas, o maior avanço em mais de um ano, enquanto os investidores continuaram a precificar as políticas fiscais de Trump, principalmente das sobretaxas a importações e a desregulamentação em alguns setores.

A situação geopolítica segue tendo influência no comportamento dos mercados.  O conflito em andamento na Ucrânia ajudou a empurrar o petróleo bruto West Texas Intermediate acima de US$ 71 o barril, enquanto o ouro foi negociado a mais de US$ 2.700 a onça, e teve na semana passada a sua melhor desde março de 2023. O ouro já caía 1,55% nesta segunda, cotado a US$ 2,672 a onça. 

Já o petróleo cru e o tipo Brent apresentavam desvalorização neste início de semana.

O que vem por aí

Os traders na Ásia estarão monitorando de perto os dados de inflação do Japão depois que o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, indicou na semana passada que a reunião do órgão em dezembro não tem uma direção definida. Mesmo assim, a maioria dos investidores espera uma mudança nos juros apenas em janeiro.

Na Nova Zelândia, a expectativa é que o BC corte sua taxa de juros na quarta.

Nos EUA, a ata da reunião de novembro do Federal Reserve, a confiança do consumidor e os dados de gastos com consumo pessoal, o indicador de inflação preferido do Fed, serão analisados ​​de perto para ajudar a avaliar a perspectiva de cortes nas taxas no próximo ano, de acordo com a Bloomberg.

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