A Fitch, inclusive, reiterou que colocará a nota da dívida dos Estados Unidos em revisão para possível downgrade caso o teto da dívida não seja elevado antes de 2 de agosto (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2011 às 13h08.
São Paulo - O sentimento dos investidores continuava enfraquecido nesta segunda-feira, em meio a temores de que os problemas de dívida nos Estados Unidos e na Europa provoquem uma crise de proporções mundiais.
Sem progresso nas negociações no Parlamento norte-americano para elevar o teto de dívida no país e o ceticismo do mercado com a situação fiscal em nações da zona do euro, os players se afastavam de ativos considerados de maior risco, o que derrubava ações, commodities e moedas de maior rendimento.
Faltando quatro dias para o prazo final determinado pelo presidente Barack Obama para que se chegue a um acordo, republicanos e democratas ainda não chegaram a um consenso, a tempo de evitar um inédito default pelos EUA.
A Fitch, inclusive, reiterou que colocará a nota da dívida dos Estados Unidos em revisão para possível downgrade caso o teto da dívida não seja elevado antes de 2 de agosto. A Moody's já colocou o rating dos EUA em perspectiva negativa.
Na Europa, preocupações com a situação de Itália e Espanha, se intesnficavam após esses países terem pago yields recordes em leilões de títulos na semana passada. Os resultados dos testes de estresse em bancos europeus, divulgados na sexta-feira, não eram suficientes para acalmar os ânimos, mesmo com apenas oito de 90 instituições não sendo reprovadas.
A busca por segurança beneficiava o ouro , que nas operações à vista alcançava máximas recordes, acima de 1.600 dólares a onça. O franco suíço, outro porto seguro, também ganhava terreno, subindo a picos históricos ante o dólar e o euro .
O clima mais cauteloso afetava os mercados domésticos. O principal índice da Bovespa ameaçava cair dos 59 mil pontos e o dólar se apreciava contra o real. No segmento de renda fixa, as taxas mostravam queda, após o Focus manter as expectativas para a inflação oficial deste ano e do próximo.
De acordo com o documento do Banco Central, a expectativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano permaneceu em 6,31 por cento, enquanto a de 2012 ficou em 5,20 por cento. A estimativa para 12 meses, contudo, sofreu elevação, para 5,37 por cento.
A estabilidade nas projeções dava poucos argumentos para o mercado alterar a perspectiva de aumento de 0,25 ponto percentual sobre a Selic na próxima quarta-feira. Investidores, no entanto, ainda se dividem sobre o rumo do juro em agosto.