Operadores afirmam que Alexandre Tombini dará atenção à divergência sem precedentes em relação à decisão do Comitê de Política Monetária (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2012 às 11h25.
Nova York/São Paulo - Operadores do mercado de juros estão dizendo ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que dê atenção à divergência sem precedentes em relação à decisão do Comitê de Política Monetária.
Depois que três membros se opuseram à decisão de Tombini de reduzir a Selic em 10 de outubro, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro de 2017 caiu para a mínima histórica de 8,78 por cento. Um sinal que o BC vai encerrar o mais agressivo ciclo de afrouxamento monetário entre países do Grupo dos 20 para conter a inflação e manter o juro em 7,25 por cento até o segundo semestre de 2013. Em 9 de outubro, operadores apostavam em mais um corte na reunião de novembro antes do BC voltar a elevar a Selic em maio.
Enquanto projeções indicam que o Brasil terá o menor crescimento entre os maiores países em desenvolvimento, o racha é um sinal de que a redução de juros começou a provocar uma aceleração de preços muito rápida, segundo o Itaú Asset Management. A taxa anual de inflação ficou em 5,28 por cento em setembro, acima da meta de 4,5 por cento. Desde agosto de 2011, o BC reduziu a Selic em 5,25 pontos percentuais.
“Os três votos pela manutenção não eram esperados”, disse Ronaldo Patah, que administra R$ 130 bilhões como chefe de renda fixa no Itaú Asset Management, o segundo maior adminstrador de recursos do Brasil. “Eles inesperadamente fecharam a porta para futuros cortes. A curva de juros está ficando plana por que parece que não há mais espaço para reduções.”