Disney+ o serviço de streaming da Disney (DISB34) (Dado Ruvic/Reuters)
A Disney (DISB34) vai publicar seus resultados trimestrais após o fechamento dos mercados dos Estados Unidos (EUA) nesta quarta-feira (11).
Esse serão segundo trimestre para a Disney, já que o ano fiscal em alguns estados dos EUA começa em outubro, e não em janeiro.
Durante a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) as ações da Disney atravessaram um período de montanhas russas.
Desde o começo de 2022 os papéis da empresa caíram forte, chegando a -33% desde o começo do ano, passando de US$ 156 para US$ 107.
Uma queda muito maior a aquela registrada pelo S&P 500, que foi de -1,6%.
Entretanto, as ações da gigante do entretenimento para crianças poderiam recuperar se seus parques temáticos e resorts retomarem as atividades e se os serviços de streaming continuarem a crescer.
E são exatamente esses dois pontos que estão na mira dos analistas.
O consenso em Wall Street é que a receita da Disney aumente quase 29% na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando em US$ 20,12 bilhões.
A melhoria significativa no lucro deveria ser impulsionada pela divisão de "Parques Temáticos, Experiências e Produtos" da Disney, que deve permanecer se recuperando este ano, à medida que as atividades se recuperam da pandemia.
A receita dessa unidade de negócios deve saltar 93%, para US$ 6,1 bilhões, à medida que as pessoas começam a voltar para os parques, resorts e shows.
Por outro lado, o crescimento no serviço de streaming de vídeo Disney+ – fundamental para a estratégia da empresa de crescimento futuro – vem desacelerando.
O número de assinantes do serviço cresceu rapidamente desde que foi lançado no final de 2019.
Entretanto, o ritmo começou a diminuir em meio à crescente concorrência de outros serviços de streaming.
Atualmente, o Disney+ tem 129,8 milhões de assinantes.
Isso é mais da metade do total de 219,6 milhões da Netflix, que perdeu 200 mil assinantes durante o primeiro trimestre.
Um resultado que derrubou as ações da Netflix e gerou dúvidas entre os analistas sobre toda a indústria de streaming.
Os analistas esperam que o número de assinantes continue aumentando nos próximos trimestres, mas em ritmo mais lento.
O mercado acredita que Disney que "chegou tarde à festa” do streaming, mas que pode recuperar rapidamente o atraso, pois essa indústria é cada vez mais dependente do conteúdo e da propriedade intelectual.
Nesse ponto, a Disney tem quase um século de vantagem em relação às concorrentes.
Afinal, o primeiro filme da Disney, "Branca de Neve e os Sete Anões" é de 1937.
Outras vantagens para a Disney em relação à Netflix é o menu esportivo robusto da ESPN+, como parte de seu pacote de streaming Hulu, e planos para uma versão do Disney+ suportada por anúncios que será testada nos EUA ainda este ano.
Por outro lado, a Disney está gastando US$ 11 bilhões em conteúdo de streaming. Uma parte considerável de seu orçamento geral de US$ 26 bilhões para produção de TV e filmes.
A Netflix, por sua vez, está gastando US$ 18 bilhões em conteúdo este ano.
No trimestre passado os resultados da Disney superaram as expectativas dos analistas, com uma alta na receita de 34,3% que marcou o terceiro trimestre consecutivo de crescimento após quatro trimestres consecutivos de declínio.