James Gorman assume a presidência do conselho da Disney enquanto a empresa planeja a sucessão de Bob Iger (foto) para 2026, em um momento crucial de transição. (Aly Song/Reuters)
Redator na Exame
Publicado em 22 de outubro de 2024 às 06h15.
A Disney anunciou na segunda-feira, 21, uma série de mudanças importantes em sua liderança, incluindo a nomeação do sucessor de Bob Iger como CEO no início de 2026. O anúncio também confirmou que James Gorman, ex-CEO do Morgan Stanley, assumirá a presidência do conselho da empresa em janeiro de 2025, substituindo Mark Parker, ex-CEO da Nike, que planeja se aposentar.
De acordo com o The Wall Street Journal, essa é a primeira vez que a Disney estabelece formalmente um prazo para a sucessão de Iger, um processo que tem sido marcado por incertezas e desafios ao longo dos últimos anos. O anúncio é um passo significativo para tranquilizar investidores e analistas que há muito tempo pressionam a empresa por uma transição clara e bem planejada na liderança.
A decisão de nomear Gorman como presidente do conselho é vista como uma tentativa de trazer uma abordagem mais independente e estratégica ao processo de sucessão. Gorman, que tem uma forte experiência em gestão e sucessão empresarial, foi amplamente elogiado por seu trabalho no Morgan Stanley, onde supervisionou a transição de CEOs com sucesso. Sua nomeação também marca uma mudança importante, já que muitos críticos argumentaram que Parker, que esteve no conselho da Disney por nove anos, era próximo demais de Iger, o que levantava preocupações sobre a independência do processo de sucessão.
Bob Iger, que voltou ao cargo de CEO da Disney em 2022, já havia preparado o terreno para sua sucessão em diversas ocasiões ao longo de sua primeira passagem como CEO, que durou de 2005 a 2020. Durante esse período, ele indicou ao menos três executivos diferentes como potenciais sucessores, mas acabou estendendo seu próprio mandato repetidamente, citando a necessidade de estabilidade em momentos cruciais para a empresa, como a aquisição da 21st Century Fox e o lançamento da plataforma de streaming Disney+.
Quando Bob Chapek assumiu o cargo de CEO em fevereiro de 2020, parecia que a transição havia finalmente ocorrido. No entanto, Chapek enfrentou uma série de desafios, incluindo a pandemia de Covid-19, que forçou o fechamento temporário dos parques temáticos da Disney e interrompeu a produção de filmes e séries. Além disso, Chapek teve desentendimentos com Iger e enfrentou críticas sobre sua gestão da crise, culminando em sua saída da empresa em 2022. Iger então retornou ao cargo de CEO, comprometendo-se a liderar a Disney por um período limitado enquanto o conselho buscava um novo líder.
Agora, com um cronograma mais definido, a empresa está avaliando tanto candidatos internos quanto externos para o cargo de CEO. Entre os executivos internos que estão sendo considerados estão Josh D’Amaro, presidente da divisão de experiências da Disney, que inclui os parques temáticos; Dana Walden, co-presidente da unidade de entretenimento, que abrange as operações de TV e streaming da Disney; Jimmy Pitaro, chefe da ESPN; e Alan Bergman, co-presidente da divisão de entretenimento.
James Gorman, que se juntou ao conselho da Disney no início de 2023 e foi nomeado presidente do comitê de sucessão, agora assume um papel ainda mais central ao ser indicado como presidente do conselho a partir de janeiro de 2025. Sua nomeação foi bem recebida pelos investidores, muitos dos quais veem Gorman como uma voz independente e comprometida com um processo de sucessão bem-sucedido.
Durante seu mandato no Morgan Stanley, Gorman ganhou reputação por sua habilidade em lidar com transições de liderança de alto risco. Ele supervisionou o processo de sucessão do CEO da instituição financeira com sucesso, o que o torna uma escolha estratégica para garantir que a Disney siga um caminho bem-planejado para encontrar o próximo líder. Seu histórico em sucessão empresarial é visto como um diferencial crucial para a Disney, que tem sido criticada por suas falhas no passado nesse quesito.