Ao término da negociação normal na BM&F, o DI abril de 2012 (93.825 contratos) cedia de 11,30% para 11,255% (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 16h27.
São Paulo - No dia em que o mercado de juros está mais sensível, justamente devido à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), rumores, movimentação de contratos ou indicadores costumam mexer com as taxas futuras. Hoje, os três ingredientes se fizeram presentes. Há, nas mesas de operação, rumores de que o governo dá como certo o corte de 0,5 ponto porcentual da Selic nesta quarta-feira, em linha com o mercado, mas que teria reafirmado sua disposição em reforçar o lado fiscal para possibilitar a continuidade dos cortes. Além disso, as pessoas físicas aumentaram, de segunda-feira para ontem, a posição vendida em taxa no mercado futuro. Por fim, o IPC-Fipe ficou abaixo da mediana e não deixou de ser um alívio.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI abril de 2012 (93.825 contratos) cedia de 11,30% para 11,255%. O DI janeiro de 2013, com giro de 482.265 contratos, estava em 9,99%, de 10,06% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014 (117.000 contratos) recuava para 10,49%, de 10,54% ontem. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (25.835 contratos) apontava 11,10%, de 11,14% na véspera, e o DI janeiro de 2021 (1.115 contratos) deslizava para 11,32%, de 11,37% no ajuste.
Segundo texto da jornalista Patrícia Lara, o bloco pessoa física encerrou o pregão de ontem com posição líquida vendida em taxas equivalente a 14.790 contratos. Foi quase o dobro do montante verificado no dia 16, equivalente a 7.760 contratos. Ainda que represente muito pouco do universo do mercado, as pessoas físicas têm mostrado precisão nas apostas que fazem sobre os rumos da política monetária.
Mas a grande questão se dá em relação aos próximos passos do Banco Central. De 80 analistas consultados pelo AE Projeções, 79 veem corte de 0,5 ponto porcentual na Selic agora. Na curva a termo de juros, o mercado também sustenta a expectativa de que a redução da taxa será nessa magnitude. Para o segundo encontro do BC, há divergências. Até ontem, as taxas futuras indicavam apenas mais um corte próximo a 0,25 pp, enquanto os economistas enxergavam nova redução de meio ponto. Hoje, as visões sobre a decisão de março voltaram a se aproximar, mas, para abril, a maior parte dos analistas vê novo corte, enquanto a curva a termo precifica que a Selic seguirá em 10%.
Há também a questão da inflação corrente. O IPC-Fipe divulgado hoje apresentou aceleração para 0,79% na segunda quadrissemana de janeiro, ante taxa de 0,75% na primeira prévia do mês, mas o resultado situou-se abaixo da mediana de 0,82% calculada pelo AE Projeções.