Motorista utiliza aplicativo da Didi, em São Paulo | Foto: Nelson Almeida/AFP/via Getty Images (NELSON ALMEIDA//AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2021 às 08h31.
Última atualização em 11 de junho de 2021 às 08h32.
A Didi Chuxing, dona do aplicativo 99, divulgou na quinta-feira, 10, o pedido listagem no mercado de ações dos Estados Unidos, preparando o terreno para o que se espera que seja a maior oferta pública inicial do mundo este ano.
Apoiada pelas maiores gestoras de investimento em tecnologia da Ásia, SoftBank, Alibaba e Tencent, a empresa não revelou o tamanho da oferta, mas fontes familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que a Didi poderia levantar 10 bilhões de dólares e buscar uma avaliação de quase 100 bilhões de dólares.
Caso as previsões se concretizem, a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Didi seria a maior de uma empresa chinesa nos Estados Unidos desde que o Alibaba arrecadou 25 bilhões de dólares em 2014.
Em seu arquivamento na quinta-feira, Didi revelou um crescimento mais lento da receita em 2020 devido ao impacto da pandemia, que atingiu empresas que pediam carros por aplicativo, incluindo os da Uber e Lyft, à medida que restrições eram impostas no mundo todo.
Com isso, sua receita caiu de 154,8 bilhões de yuans do ano para 141,7 bilhões de yuans (22,17 bilhões de dólares), enquanto o prejuízo líquido foi de 10,6 bilhões de yuans, em comparação com 9,7 bilhões de yuans de 2019.
No entanto, com a reabertura de empresas na China, o início de 2021 tem sido positivo para empresa. No primeiro trimestre do ano, a receita da Didi mais que dobrou para 42,2 bilhões de yuans ante os 20,5 bilhões de yuans registrados no mesmo período do ano passado.
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A Didi entrou com um pedido confidencial de IPO em abril. Duas pessoas familiarizadas com o assunto disseram, na quinta-feira, que Didi pretendia ir a público em julho.
O IPO tenta convencer os grandes bancos de investimento de Wall Street sobre a oportunidade de negócios apresentada pelos gigantes asiáticos da tecnologia.
No início deste ano, a Grab, a maior empresa de carona de Singapura, fechou um acordo de 40 bilhões de dólares com uma empresa de aquisição de propósito especial (SPAC, na sigla em inglês) para abrir capital nos Estados Unidos.
No ano passado, as empresas chinesas arrecadaram 12 bilhões de dólares com listagens nos EUA, mais do que o triplo do valor arrecadado em 2019, de acordo com dados do Refinitiv. Espera-se que este ano ultrapasse confortavelmente a contagem do ano passado.
A Didi planeja listar American Depositary Shares (ADSs) na Nasdaq ou na Bolsa de Valores de Nova York sob o símbolo "DIDI", disse a empresa. Goldman Sachs, Morgan Stanley e J.P.Morgan são os principais subscritores da oferta.
Em 2015, a Didi se fundiu com a então principal concorrente Kuaidi para criar uma gigante de serviços de transporte com base em smartphones.
Além do compartilhamento de caronas, a Didi opera diferentes negócios em torno da mobilidade, incluindo redes de recarga de veículos elétricos, gestão de frotas, fabricação de automóveis e direção autônoma.
Testando veículos autônomos em várias cidades da China e expandindo suas frotas. a Didi, em uma parceria com a fabricante de veículos elétricos BYD, lançou no ano passado um modelo de van especialmente projetado para serviços de transporte de passageiros. Em maio, disse que desenvolveria carros de direção autônomos com o GAC.
O presidente-executivo da Didi, Cheng Wei, disse no ano passado que a empresa pretende ter 800 milhões de usuários ativos por mês em todo o mundo e concluir 100 milhões de pedidos por dia até 2022, incluindo transporte compartilhado, bicicletas e pedidos de entrega de comida.
Reguladores de transporte na China, no entanto, têm pressionado Didi para melhorar os padrões de segurança depois de dois casos de estupro e assassinato em 2018 envolvendo motoristas da Didi.
*Com informações da Reuters