Preço do diamante é mais estável do que do ouro ou do petróleo (AFP)
Diogo Max
Publicado em 14 de abril de 2012 às 12h06.
São Paulo – Não, você não leu errado. Um pequeno grupo de investidores mundo afora quer transformar o diamante em uma commodity, substituindo uma das características mais importantes do ouro – aquela que desde tempos imemoriais faz dele sinônimo de segurança em períodos de crise financeira.
A ideia partiu de bancos de investimento situados em Nova York, Londres, Suíça e Israel, que, de acordo com o New York Times, planejam disponibilizar aos investidores de Wall Street fundos lastreados em diamante, como já acontece com o ouro. A SEC, órgão regulador norte-americano, já analisa uma proposta, embora as transações financeiras com diamantes sejam limitadas apenas às joalherias nos Estados Unidos.
A sugestão mais consistente não vem de Wall Street, onde os produtos financeiros são criados em passe de mágica. Segundo o jornal norte-americano, ela partiu da Suíça. País famoso pelos seus alpes, design e jóias. A Harry Winston, uma das maiores empresas na venda de diamantes, associou-se a uma gestora de ativos do país para criar um fundo de 250 milhões de dólares. Eles, inclusive, já andam nos bastidores a arrecadar o montante com fundos de hedge e pensão.
Como já se sabe, o diamante é semelhante ao ouro em durabilidade, autenticidade e fascínio. O seu preço estável, no entanto, difere do petróleo, por exemplo, porque ainda não é negociado especulativamente. Ainda. O mercado financeiro, segundo o New York Times, torcia o nariz para a ideia, pois a produção de diamantes era dominada pela De Beer, que chegou a ter uma participação de 90% do setor. Hoje, a empresa tem ‘só’ 40% do market share.
É bom lembrar, contudo, que essa não é a primeira vez que investidores tentam substituir a segurança do valor do ouro pelo diamante. No famoso choque do petróleo, na década de 70, investidores procuravam pôr o dinheiro em empresas que vendiam a jóia.