Mercados

DI desacelera menos que o esperado em abril

Projeções foram afetadas pelo IGP-DI, que chegou na menor taxa de 2011 até o momento

Segundo a FGV, o índice foi afetado pela mais aguda queda das commodities agropecuárias desde julho de 2009 (FGV)

Segundo a FGV, o índice foi afetado pela mais aguda queda das commodities agropecuárias desde julho de 2009 (FGV)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2011 às 14h14.

Rio de Janeiro - A inflação medida pelo IGP-DI registrou em abril a menor taxa do ano, graças à queda das matérias-primas agropecuárias, mas a desaceleração foi menor do que a prevista pelo mercado.

A alta de 0,5 por cento no mês passado veio acima dos 0,44 por cento da previsão de analistas consultados pela Reuters, mas abaixo do 0,61 por cento em março. O dado indica tendência de desaceleração de preços, disse a Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi a menor alta desde dezembro, de 0,38 por cento.

"Vemos uma desaceleração que já era aguardada acontecendo. Aos poucos a trajetória se materializa", disse a jornalistas o economista da FGV, Salomão Quadros.

Por componentes, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) avançou 0,24 por cento, comparado a 0,60 por cento um mês antes. As principais quedas no atacado foram laranja, soja em grão, algodão em caroço, farelo de soja e aves.

Segundo a FGV, foi a mais aguda queda das matérias-primas agropecuárias desde julho de 2009, quando então haviam caído 2,31 por cento, em razão de efeitos da crise global.

"Acho que estamos chegando a um limite da alta de comodities e um período de estabilização. Apesar da recuperação da demanda da China, a oferta está reagindo bem e com vigor," declarou Quadros.

Além disso, pontuou o economista, a expectativa de estabilização dos juros Europa e menores facilidades das condições de crédito devem tirar parte do interesse da especulação com commodities.

Segundo a FGV, o dólar voltou a ter um papel importante no recuo do IGP. Em abril, a moeda americana caiu 4,44 por cento e influenciou na cotação de alguns produtos.

Por outro lado, os segmentos de varejo e construção civil seguiram pressionando. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,95 por cento em abril, ante alta de 0,71 por cento em março. Já o núcleo do IPC subiu de 0,43 para 0,55 por cento e atingiu o maior patamar desde maio de 2005. O item transportes apertou, devido ao impacto do aumento da gasolina e do álcool.

"No varejo , esses preços ainda estão subindo mas, no atacado, o hidratado já estabilizou", declarou Quadros.

"A inflação ao consumidor deixou de ser de alimentos para ser mais disseminada. Tem serviços e outras questões na prateleira," avaliou Quadros.

Por último, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 1,06 por cento em abril, comparado a 0,43 por cento em março. O indicador refletiu o impacto da alta mão-de-obra, no Rio de Janeiro, em Salvador e Porto Alegre.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasFGV - Fundação Getúlio VargasJurosPreços

Mais de Mercados

Luigi Mangione se declara inocente de acusações de assassinato no caso da morte de CEO nos EUA

Os destaques do mercado em 2024: criptomoedas, Inteligência Artificial e surpresas globais

Ex-presidente da Nissan, brasileiro Carlos Ghosn diz que fusão com Honda “não faz sentido”

Prosus compra a Decolar por US$ 1,7 bilhão e empresa sairá da bolsa de Nova York