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Arnaldo Jardim: Agro deve buscar mais recursos no mercado de capitais

Deputado da Frente Parlamentar da Agropecuária participa do Super Agro 2021, evento organizado pela EXAME, que discute novos instrumentos financeiros para impulsionar o setor

Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) participa do evento "Super Agro 2021" organizado pela EXAME (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) participa do evento "Super Agro 2021" organizado pela EXAME (Antonio Cruz/Agência Brasil)

BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 8 de abril de 2021 às 15h51.

Última atualização em 8 de abril de 2021 às 22h49.

O setor agropecuário tem crescido de forma mais acelerada que o restante da economia. Enquanto o PIB cresceu em um ritmo médio de 1,7% ao ano, nos últimos anos, o agro registrou um crescimento de 3%. Os ganhos de produtividade no campo multiplicaram a participação do segmento na economia e ajudaram a trazer investimentos para o país.

No entanto, o setor ainda enfrenta dificuldade para financiar suas operações. A maior parte dos recursos que custeiam a produção, transporte e distribuição dos produtos agrícolas ainda vem do crédito concedido pelos bancos. Poucas empresas do setor têm acesso ao mercado de capitais.

"O agro representa mais de 20% do PIB, mas o setor é sub-representado na bolsa de valores. As empresas do segmento têm menos de 5% de participação nos principais índices acionários", observou Thiago Duarte, analista de ações do Banco BTG Pactual para o setor do agronegócio, durante o "Super Agro Brasil 2021", evento organizado pela EXAME nesta quinta-feira, 8.

O evento também contou com a presença do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), representante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Autor do projeto que criou os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), Jardim defendeu a importância do mercado de capitais para mobilização de recursos.

"O setor entende que deve depender menos de crédito e que deve buscar formas alternativas de financiamento e investimentos. Os recursos do Plano Safra, por exemplo, já representaram mais de 90% do custeio do agro, mas agora são 71,6% do total", contou o deputado federal, em fala durante o Super Agro.

A parte restante corresponde a novos instrumentos de financiamento, como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). A lei do Fiagro deve abrir caminho para que esses instrumentos ganhem ainda mais importância, o que deve impulsionar ainda mais o crescimento do setor.

Frederico Humberg, CEO da Agribrasil, lembrou da importância desses novos recursos para resolver novos e antigos gargalos enfrentados pelo agronegócio. Durante o evento organizado pela EXAME, Humberg demonstrou preocupação com a infraestrutura que distribui a produção agrícola.

"O novo ciclo de commodities e o aumento das safras de grãos podem trazer problemas logísticos", alertou o CEO da Agribrasil.

O "Super Agro 2021" reúne especialistas para debater os rumos do agronegócio no Brasil (veja a programação completa e os debates acontecendo neste momento). O painel que discutiu as novas formas de financiamento e os instrumentos de investimento do setor agro pode ser assistido no link abaixo:

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