Edifício-Sede do Banco Central em Brasília (Agência Brasil/Reprodução)
Publicado em 21 de junho de 2023 às 06h54.
Última atualização em 21 de junho de 2023 às 10h18.
Todas as atenções do mercado brasileiro nesta quarta-feira, 21, devem se voltar para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) desta noite. O consenso é de que o Banco Central mantenha a taxa de juros Selic inalterada em 13,75%. Mas a decisão é considerada a mais importante dos últimos meses, por haver grande expectativa de que Banco Central dê sinais de que poderá iniciar o ciclo de cortes em breve.
No exterior, as bolsas internacionais operam em queda nesta manhã. O mercado europeu reage aos dados da inflação do Reino Unido, que vieram acima do esperado. A inflação anual de preços ao consumidor do Reino Unido foi de 8,7% em maio, o mesmo nível de abril. Economistas consultados pela agência Reuters esperavam uma taxa de 8,4%. Na quinta-feira, o Banco da Inglaterra anuncia sua política de juros e estará mais pressionado para realizar um aumento de 50 pontos-base nas taxas.
Os futuros americanos caem após o segundo dia consecutivo de queda dos principais índices dos Estados Unidos. Na terça-feira, o índice Dow Jones caiu 0,72%, o S&P 500 teve queda de 0,47% e o Nasdaq perdeu 0,16%. Os investidores devem ficar atentos a ida do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Congresso americano.
Na Ásia, as bolsas acompanharam o movimento americano e fecharam em queda, por exceção do mercado japonês. O índice de Hong Kong caiu 2%, puxado pela queda das ações de empresas de tecnologia e saúde.
Contribuem para esta perspectiva dados de inflação abaixo do esperado, que têm levado à redução das expectativas de inflação -- uma das maiores preocupações da cúpula do Banco Central.
Embora um aceno ao início dos cortes de juros seja amplamente esperado nesta quarta, economistas ainda seguem divididos sobre quando, de fato, os cortes começarão. Enquanto uma parcela do mercado aposta em agosto, outra parte espera que os cortes venham só a partir da decisão de setembro.
"Com a possibilidade de cortes de juros já em agosto, as projeções futuras da reunião do Copom da próxima semana serão acompanhadas de perto pelos investidores", comentou o Goldman Sachs em relatório.
Outro tema quente nesta quarta será a votação do novo arcabouço fiscal na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O relator do projeto na Câmara, Omar Aziz (PSD-AM), apresentou mudanças no texto aprovado na Câmara na terça-feira, 20. As principais alterações foram a exclusão das despesas com Fundeb e ciência do limite de gastos do arcabouço fiscal.
O presidente do Fed, Jerome Powell, irá ao Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira, 21, entregar o relatório de política monetária à Câmara. Ele enfrentará perguntas de democratas e republicados sobre a pausa na taxa de juros do país após 10 altas consecutivas e sobre o rumo do juro na maior economia do mundo. As audiências estão marcadas para hoje e quinta-feira. Essa é a primeira vez que Powell comparece ao Capitólio desde março desse ano.
O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, 20, influenciados pelo tom negativo no exterior e pelo andamento do novo arcabouço fiscal no Senado. O principal índice da bolsa brasileira caiu 0,20%, a 119,622 pontos.
O dólar fechou ontem em alta de 0,43% sendo negociado a R$ 4,796. A alta do dólar pode ser explicada por uma reação ao corte na taxa de juros na China, que ficou abaixo do esperado. No mercado interno, os investidores aguardam a decisão sobre política monetária.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.