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Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 12h11.
A movimentação dos fundos do Banco Santos está suspensa por 30 dias, segundo ordem da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em outubro, a empresa de gestão financeira da instituição, a Santos Asset Management, administrava cerca de 2,4 bilhões de reais, distribuídos por 72 fundos, conforme dados da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid).
A medida atendeu a um pedido do interventor Vânio Cesar Pickler Aguiar, que está à frente do Banco Santos desde que o Banco Central decidiu intervir na instituição, na última sexta-feira (12/11). Em 15 dias, a CVM espera receber informações de Aguiar sobre a situação desses fundos.
Segundo Carlos Eduardo Sussekind, superintendente de Relações com Investidores Institucionais da CVM, a suspensão foi necessária para que o interventor tenha condições de avaliar a verdadeira situação dos fundos. Entre essas condições, estaria a de evitar que algum investidor pudesse retirar seus recursos sem que estes estivessem devidamente precificados. Sussekind observou, também, que, em situações de pressão, o administrador do fundo pode acabar errando na marcação de seus títulos, acarretando prejuízos aos investidores.
Se o interventor constatar irregularidades nos fundos do Banco Santos, a instituição, o administrador da carteira e o diretor responsável pelas aplicações estarão sujeitos às penas previstas pela CVM, que vão desde pesadas multas até o descredenciamento para a atividade.
Constestação
Para salvar o banco, uma das estratégias de seus advogados é contestar o rombo da instituição, avaliado pelo BC em 700 milhões de reais e representado por créditos de difícil pagamento. Os advogados estão tentando marcar uma reunião com o interventor para os próximos dias, a fim de provar que a cifra é bem menor. Segundo seus levantamentos, o número estaria próximo de 180 milhões
Outra suspeita do BC é que o patrimônio líquido do banco esteja negativo em 100 milhões. Na entrevista coletiva que concedeu após a decretação da intervenção, o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Sérgio Cavalheiro, apontou outros sinais da crise enfrentada pelo Banco Santos e que reforçaram a necessidade da medida, como a falta de recolhimento dos compulsórios junto ao BC desde outubro, a aceleração dos saques dos investidores e a má avaliação na concessão de empréstimos.