CVC (CVCB3) (Roberto Tamer/CVC/Divulgação)
A CVC (CVCB3) está avaliando a possibilidade de realizar uma nova oferta subsequente de ações (follow-on).
A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 9, pela CVC em fato relevante.
Em junho de 2021, a CVC já tinha realizado outro follow-on. Naquela ocasião, as ações da empresa tinham sido precificadas com 30% de desconto.
A operadora de turismo informou que "está avaliando a possibilidade de realização de oferta pública subsequente de distribuição primária de ações ordinárias de sua emissão, com esforços restritos de colocação no Brasil, nos termos da Instrução CVM nº 476", além de "esforços de colocação no exterior".
A oferta subsequente de ações, portanto, será restrita, e limitada apenas para investidores profissionais, com mais de R$ 10 milhões declarados em investimentos no mercado financeiro, ou investidores qualificados, com mais de R$ 1 milhão.
A CVC teria já contratado os coordenadores da possível oferta subsequente de ações. Eles são:
Segundo a operadora, os recursos oriundos do follow-on serão utilizados para "suportar o crescimento das operações" em um período de "gradual recuperação do setor de turismo" nos últimos meses, com "consequente aumento da procura por viagens de lazer e corporativas".
A CVC ainda não aprovou a efetiva realização do follow-on, nem seus termos e condições.
Segundo o fato relevante, a operação está sujeita a diversas condições, incluindo a obtenção das aprovações societárias aplicáveis, a existência de condição favorável no mercado de capitais, entre outras.
Após o anúncio do possível follow-on, as ações da CVC desabaram na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), chegando a cair quase 3% no começo do pregão.
A CVC registrou uma receita líquida de R$ 298,8 milhões no primeiro trimestre de 2022.
Uma alta de 76,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, quando tinha sido de R$ 165,9 milhões.
Entretanto, o primeiro trimestre de 2021 foi marcado ainda pelos efeitos da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), que impactou negativamente os resultados.
Portanto, fazendo uma comparação com o quarto trimestre do ano passado, o resultado dos primeiros três meses do ano foi de queda de 6,8%.
Segundo a empresa, "ainda que tenhamos iniciado 2022 sob efeitos decorrentes da Ômicron, os sinais de retomada do turismo, que começaram a se manifestar ainda no segundo semestre do ano passado, estão cada vez mais intensos e acreditamos que a quantidade de viajantes, em particular brasileiros e argentinos, que pretendem viajar durante 2022 aumente".
Para a CVC, essa recuperação já se materializa nas Reservas Confirmadas no Brasil para destinos nacionais, que no 1T22 superaram as do 1T21 em 27%.
Nos primeiros três meses do nao, a CVC registrou um prejuízo de R$ 166,8 milhões, mais do que o dobro em relação ao prejuízo registrado nos primeiros três meses de 2021, quando tinha sido de R$ 81,5 milhões.
O lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (EBITDA) foi de R$ 33,3 milhões, contra um resultado negativo de R$ 56,4 milhões registrado no mesmo período do ano passado.
Segundo a CVC, o que impactou o resultado deste trimestre foi o impacto negativo de R$ 18,3 milhões na linha Variação Cambial (principalmente contratos de hedge), em função da redução da taxa de câmbio.
"Em decorrência da Lei do PERSE8, a Administração revisou seus saldos de tributos diferidos ativos constituídos das diferenças temporárias", salientou a empresa, e "no 1T22 o impacto dessa revisão resultou na reversão dos créditos tributários constituídos gerando um impacto contábil negativo de R$ 62,1 milhões da rubrica de despesas com Imposto de Renda e Contribuição Social".
Segundo a CVC, esta baixa não ocorrerá nos demais trimestres de 2022.
Em 31 de março, a dívida bruta da CVC somava R$ 1,01 bilhão, em queda em relação aos R$ 1,18 bilhão registrado no mesmo período de 2021.
O Conselho de Administração da CVC aprovou no dia 10 de maio a realização de uma nova emissão de debêntures no valor total de R$ 995,0 milhões, nos termos da Instrução CVM nº 476.