(CVC/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 9 de junho de 2023 às 10h21.
A companhia de turismo CVC (CVCB3) deu mais um passo em sua tentantiva de arrumar a casa. A empresa anunciou a contratação dos bancos Citi e Itaú BBA para coordenarem a oferta de ações de pelo menos R$ 200 milhões que a empresa pretende fazer.
Ainda sem data para acontecer, a oferta oferece um bônus de subscrição para o investidor. Ou seja, ao entrar na oferta, tem direito de subscrever uma nova ação. Essa emissão, porém, pode ser muito maior, a depender do apetite do mercado.
Uma parte já está "garantida". Principal acionista da empresa, o fundo Opportunity conseguiu um acordo com a gestora da família Paulus, fundadora da empresa, para investimento na oferta. Pelo acordo, os Paulus investem ao menos R$ 75 milhões, considerando o preço de ação a R$ 3. Eles também devem ter dois assentos no conselho, sendo um deles já decidido: irá para Gustavo Paulus, filho do fundador da CVC, Guilherme Paulus. Essas informações foram adiantadas pela EXAME Invest e pela Exame IN.
O objetivo da potencial oferta é ter recursos para a empresa quitar parte de suas dívidas com os debenturistas e seguir com o reperfilamento da dívida, cujo acordo a empresa celebrou ocm os credores em março. A CVC tinha um passivo a vencer de R$ 655 milhões até junho, mas que foi reduzido para R$ 124 milhões após acordo. Depois, a companhia teria R$ 77 milhões para pagar no quarto trimestre de 2024, R$ 313 milhões no quarto trimestre de 2025 e R$ 382 milhões a pagar no último trimestre de 2026.
O acordo foi desenhado pelo ex-CEO, Leonel Andrade, em mais uma das tentativas do executivo de negociar as dívidas da companhia – uma missão que assumiu no começo de 2020.
Na última sexta-feira, 2, a empresa anunciou Fabio Godinho, criador da proptech MyDoor, como novo CEO. Godinho também já havia sido da própria CVC, comandando a área de Produtos e Marketing. Antes disso, a companhia já havia anunciado Carlos Wollenweber, ex-Even, como novo CFO da companhia.
Desde 2020, Wollenweber atuava como diretor financeiro na Even e, posteriormente, de sua controlada MelnickEven. O executivo é o primeiro nome escolhido para o alto comando no desafio da companhia de reestruturar seu capital, enquanto precisa vencer a disputa com as agências de turismo digitais.