Empresas americanas retomam nível de atividade com reabertura da economia (Jonathan Bachman/Getty Images)
Com o apoio político nos últimos meses, o mercado de ações dos Estados Unidos interrompeu o ciclo de grandes oscilações e quedas iniciado em fevereiro do ano passado, quando a pandemia de Covid-19 começou a se agravar no país.
As medidas adotadas pelo governo americano, como estímulos fiscais e os cortes na taxa de juros, deram um fôlego a mais e notou-se uma recuperação nas receitas das empresas. E o grande mercado alcançou novos patamares.
Mas a possibilidade do aumento de custos para as companhias começou a ser debatida por especialistas. É o que analisa Will Denyer, economista da Gavekal Research, em novo relatório da EXAME Gavekal.
Segundo Denyer, os investidores agora temem que os custos com mão-de-obra, impostos, dívida e materiais aumentem em decorrência da diminuição da ociosidade remanescente na economia.
"É forte a perspectiva de crescimento nominal nos EUA, o que é uma notícia muito boa para as grandes empresas americanas. No entanto, ao longo deste ano, as preocupações com os custos provavelmente aumentarão em várias frentes”, destaca o especialista.
Por enquanto, as perspectivas são favoráveis. “O crescimento das receitas de empresas provavelmente seguirá impulsionando os mercados de ações no curto prazo”, acrescenta Denyer. Os Estados Unidos já vacinaram 42% dos adultos do país contra a Covid-19, o que também serve para deixar o clima mais otimista no país.
De acordo com números oficiais, as vagas de emprego atingiram um recorde em fevereiro.
A confiança do consumidor também está em alta, assim como as expectativas para a inflação ao consumidor. "Por causa da perspectiva positiva de crescimento, de condições de liquidez que permanecem altamente acomodativas e de valuations relativos mais ou menos neutros para ações, faz sentido permanecer construtivo em relação a ações dos EUA", afirma o economista da Gavekal Research.
O relatório da EXAME Gavekal aponta que o mercado de trabalho dos EUA não está muito longe do ponto em que em 2016 os custos trabalhistas começaram a subir.
Confira 3 riscos para as empresas americanas, segundo o economista Will Denyer:
De acordo com Denyer, se os sinais de pressões crescentes nos custos começarem a se acumular, o risco é que, uma vez que os investidores tenham avaliado totalmente a recuperação do crescimento da receita, eles comecem a esperar o aumento dos custos e uma possível compressão das margens de companhias de determinados setores.