Radar: mercado acompanha discursos de autoridades monetárias em painel organizado pelo G20 em Washington (Lula Marques/Agência Brasil)
Repórter de finanças
Publicado em 22 de outubro de 2024 às 08h49.
Última atualização em 22 de outubro de 2024 às 08h49.
Os mercados operam majoritariamente em queda na manhã desta terça-feira, 22. Nos Estados Unidos, à espera de falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), os índices futuros caem. Na Europa, as bolsas também operam em queda de olho em falas da presidente do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, no painel do G20 em Washington D.C. (EUA). Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, com as da China avançando de forma modesta.
A Cúpula dos Brics começa nesta terça-feira, 22, em Kazan, na Rússia. O foco do encontro se dá com Putin, presidente do país sede, querendo mostrar o aumento da influência de países não alinhados ao Ocidente. Por outro lado, países como China, Índia, Brasil e nações do mundo árabe gostariam de sair do encontro com ao menos um esboço para trilhar um caminho para acabar com a guerra na Ucrânia.
O termo "Bric" foi criado em 2001 por Jim O'Neill, então economista-chefe do Goldman Sachs, em um relatório que apontava o imenso potencial de crescimento de Brasil, Rússia, Índia e China no século XXI.
Rússia, Índia e China começaram a se reunir formalmente e, ao longo do tempo, o grupo expandiu-se para incluir o Brasil, além de África do Sul, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. A Arábia Saudita, embora já convidada, ainda não oficializou sua adesão.
Após sua recente expansão, o bloco BRICS agora representa 45% da população global e 35% do PIB mundial – com a China respondendo por mais da metade dessa força econômica.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, participará de forma remota, após cancelar sua viagem devido a um acidente doméstico. A presença de Masoud Pezeshkian, presidente do Irã, em meio à crise em Gaza, pode direcionar parte das discussões para os conflitos no Oriente Médio, embora a Rússia tenha adotado uma postura cautelosa, pedindo moderação aos envolvidos.
Em paralelo à Cúpula dos Brics, o mercado acompanha discursos de diversas autoridades monetárias mundiais no evento “The future of cross-border payments: faster, safer, together”, organizado pelo G20 e pelo Committee on Payments and Market Infrastructures (CPMI) do Banco de Compensações Internacionais (BIS), em Washington D.C. (EUA).
Para o Brasil, o foco são as falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Ontem, durante um evento da Investment Association, em São Paulo, a autoridade disse que há preocupações com o comportamento da inflação de serviços e reiterou que a instituição está comprometida em atingir a meta de inflação.
Ele também disse que a adoção de medidas fiscais pelo governo é importante para que o BC consiga reduzir os juros, destacando que é difícil atingir a meta quando há uma desancoragem das expectativas em relação às contas públicas e, por isso, "decidiu que era o momento de iniciar o ciclo [de aperto]".
As declarações fizeram o dólar perder força perante o real e as taxas de juros futuras caírem, no momento das declarações.
Entre os indicadores, o destaque no Brasil é a divulgação, às 10h30, da arrecadação de setembro pela Receita Federal. Já nos Estados Unidos, às 17h30, investidores avaliam o estoque de petróleo bruto.
O dia também é marcado pelo início da temporada de balanços no Brasil, com Romi (ROMI3) e Neoenergia (NEOE3), que divulgam seus números do terceiro trimestre de 2024 após o pregão. Nos EUA, é a vez de 3M (NYSE: MMM), General Motors (NYSE: GM) e Verizon (NYSE: VZ).
Terça-feira, 22 de outubro