Muito além de rodovias: CRR (CCRO3)hoje tem ativos em aeroportos e metrô (Mauricio Simonetti/Pulsar)
As ações da CCR (CCRO3) estão em forte queda nesta quarta-feira, 17, na B3 (B3SA3) após o presidente do grupo, Marco Cauduro, renunciar ao cargo na última terça-feira, 16.
A informação foi divulga pela própria CCR em fato relevante. Ainda não foi indicado um substituto de Cauduro.
“A companhia inicia imediatamente um período de transição, coordenado pelo Conselho de Administração, e o processo de sucessão avaliando talentos internos e candidatos do mercado”, informou a CCR no comunicado.
Segundo a nota da CCR, Cauduro renunciou por "questões de foro pessoal e devidamente alinhado com o Conselho de Administração".
Entretanto, a renúncia ocorre um dia após o grupo ficar fora do leilão do aeroporto de Congonhas (SP), não entregando o envelope com a proposta. O certame deverá ser realizado na próxima quinta-feira.
A CCR era a principal interessada em comprar o aeroporto, mas o Conselho de Administração não teria autorizado a diretoria a apresentar o lance, por causa da conjuntura econômica e política brasileira.
Cauduro ficou no cargo por dois anos e meio, sucedendo Leonardo Vianna, período durante o qual a CCR adquiriu o novo contrato da Dutra (CCR RioSP), as linhas 8 e 9 da CPTM, os 15 aeroportos da 6ª rodada, o aeroporto de Pampulha (MG), a extensão do prazo de concessão da Autoban até 2037, reequilíbrio contratual da ViaQuatro e a venda da TAS nos EUA.
A saída de Cauduro chega menos de uma semana da divulgação dos resultados trimestrais da CCR, que registrou um lucro líquido de R$ 291 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 44 milhões do mesmo período de 2021.
A receita líquida entre abril e junho foi de R$ 3,08 bilhões, em alta de 32,7% na comparação com o mesmo período de 2021.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da CCR foi de R$ 1,774 bilhão, alta de 25,7% em relação ao segundo trimestre do ano passado.