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Críticas aos planos de saúde fazem 'detetives digitais' ignorarem busca por assassino de CEO

Segundo Alex Goldenberg, do Network Contagion Research Institute, ouvido pelo DailyMail, existe uma "onda preocupante" de postagens glorificando o assassinato de Thompson

O CEO do braço de planos de saúde do UnitedHealth Group, Brian Thompson, foi assassinado a sangue frio em Manhattan (UnitedHealthcare/Divulgação)

O CEO do braço de planos de saúde do UnitedHealth Group, Brian Thompson, foi assassinado a sangue frio em Manhattan (UnitedHealthcare/Divulgação)

Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 12h08.

Última atualização em 7 de dezembro de 2024 às 13h42.

O assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealth, tem todos os ingredientes para se tornar uma investigação digital de "true crime" — mas, dessa vez, os detetives da internet não parecem inclinados a solucionar o crime. Isso porque, segundo o DailyMail, as críticas ao sistema de saúde dos Estados Unidos têm se sobressaído à curiosidade dos membros dessa parte da internet.

Savannah Sparks, conhecida por expor racistas online, tem 1,3 milhão de seguidores no TikTok e disse que não ajudará a identificar o suspeito. "Absolutamente não", disse à NBC.

Outros criadores, como "thatdaneshguy", que tem 2 milhões de seguidores na mesma plataforma, ecoaram sentimentos semelhantes, criticando o sistema de saúde privado nos EUA.

"Eu não preciso incentivar a violência. Eu não preciso aprovar a violência de forma alguma. Mas também não preciso ajudar", disse ele.

Michael McWhorter, mais conhecido como TizzyEnt no TikTok, é mais um dos detetives digitais que não pretende se envolver na investigação do assassinato de Thompson. Em vídeo publicado na plataforma, ele afirmou: "Ainda não vi um único vídeo clamando: 'temos que encontrá-lo', e isso é algo único."

Aos seus 6,7 milhões de seguidores, McWhorter disse que o motivo pela falta de interesse"não é difícil de entender". "Não há uma única pessoa neste país que não tenha sofrido, ou que não conheça alguém muito próximo que tenha sofrido, com a coisa abismal que é o sistema de saúde privatizado. As pessoas são negadas todos os dias pelas razões mais ridículas, mesmo quando deveriam receber atendimento. Simplesmente negam, esperando que morram antes de conseguirem os serviços pelos quais já pagaram", afirmou.

Segundo Alex Goldenberg, do Network Contagion Research Institute, ouvido pelo DailyMail, existe uma "onda preocupante" de postagens glorificando o assassinato de Thompson. Isso ocorre em um momento em que a insatisfação com a saúde nos EUA atinge um pico, com uma pesquisa recente do Gallup Institute indicando que a qualidade do sistema no país está no ponto mais baixo em 24 anos. De acordo com a pesquisa, quase oito em cada 10 pessoas estão ao menos um pouco preocupadas com o acesso a cuidados de saúde de qualidade quando precisarem.

Thompson foi assassinado a tiros na quarta-feira, 5, em Manhattan, poucas horas antes do Investor Day da companhia. O executivo foi baleado no peito e na perna por um homem mascarado enquanto se dirigia ao hotel Hilton, em Midtown. Thompson chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos, conforme informou a Polícia de Nova York.

O CEO era investigado por violações antitruste e insider trading, além de enfrentar ameaças antes da viagem para Nova York, segundo sua esposa. Críticos do sistema de saúde definem que a morte aconteceu como reflexo da raiva pública contra empresas que supostamente negam tratamentos para maximizar lucros.

Investigação em andamento

O Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) divulgou imagens do suspeito, que foi visto fugindo de bicicleta elétrica após o crime e entrando em um táxi antes de deixar a cidade de ônibus. A polícia encontrou uma mochila que seria dele no Central Park, contendo um dos itens comprados em um Starbucks próximo ao local do assassinato.

Fontes indicam que o assassino planejou cuidadosamente o ataque, sabendo exatamente onde e quando Thompson sairia do hotel. Testemunhas relatam que o suspeito esteve hospedado em um albergue e chegou à cidade vindo de Atlanta no final de novembro.

A polícia suspeita que o autor do crime seja um ex-funcionário descontente ou um cliente frustrado. O FBI entrou na investigação, oferecendo US$ 50 mil por informações que levem à captura do assassino. O NYPD acredita que o suspeito provavelmente já deixou Nova York.

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