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Criptomoedas caem em janeiro e bitcoin perde quase 30% do valor

Bitcoin caminha para o pior declínio mensal desde fevereiro de 2014, com ofensiva dos órgãos reguladores dos EUA e a proibição de anúncios no Facebook

Bitcoin: derrocada atual é explicada por vários fatos (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

Bitcoin: derrocada atual é explicada por vários fatos (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 15h57.

Última atualização em 31 de janeiro de 2018 às 16h36.

Para os investidores em criptomoedas, janeiro está se tornando um mês lamentável.

A maioria das moedas digitais caiu nesta semana, sendo que o bitcoin caminha para o pior declínio mensal desde fevereiro de 2014, porque os órgãos reguladores dos EUA decidiram intensificar o escrutínio a uma das maiores bolsas de moedas digitais do mundo e o Facebook proibiu anúncios ligados ao setor.

O bitcoin caiu cerca de 29 por cento neste mês e era negociado a US$ 10,172 às 8h35 em Londres, segundo preços compostos compilados pela Bloomberg.

As moedas rivais ripple e litecoin recuaram, respectivamente, cerca de 45 por cento e de 29 por cento, enquanto o ethereum conseguiu alta de 47 por cento. As quatro moedas mostravam pouca mudança nesta quarta-feira.

“O controle regulatório e as restrições governamentais realmente estão ganhando destaque agora”, disse Stephen Innes, chefe de trading para a região Ásia-Pacífico da Oanda, por telefone, de Cingapura. “Não acho que já tenhamos visto o fim disso.”

A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, na sigla em inglês) enviou intimações em 6 de dezembro aos negócios de trading de criptomoedas Bitfinex e Tether, uma empresa que emite uma moeda amplamente negociada que, segundo afirma, está atrelada ao dólar, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu anonimato por discutir informações privadas. As empresas compartilham o mesmo CEO.

O Facebook, por sua vez, proibirá anúncios em sua rede social que promovam moedas digitais, ofertas iniciais de moedas e opções binárias, alertando que elas estão “frequentemente associadas a práticas promocionais enganosas ou ilusórias”.

Os órgãos reguladores dos EUA decidiram reprimir o setor após o surgimento de várias empresas ou pessoas que arrecadam dinheiro por meio de ICO, ou oferta inicial de moedas, sem negócios aparentes por trás.

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) informou nesta semana que conseguiu uma ordem judicial para congelar os ativos de uma oferta inicial de moeda no Texas que alegava ter arrecadado mais de US$ 600 milhões. A ordem impede o AriseBank de captar qualquer recurso adicional dos investidores.

As criptomoedas não conseguiram novas altas sustentadas após o roubo recorde de US$ 500 milhões à bolsa japonesa Coincheck, em 26 de janeiro, que intensificou os pedidos por mais supervisão em centros de trading internacionais, como a Coreia do Sul.

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