O CEO da vez: Sam Altman lidera a OpenAI, uma das mais promissoras startups dos EUA (Paul Morris/Getty Images)
A pedra filosofal almejada pelas maiores empresas de tecnologia do Vale do Silício (EUA) é a criação de uma inteligência artificial (IA) capaz de imitar perfeitamente a inteligência e as singularidades do ser humano. Nos laboratórios que testam invenções do tipo, o da OpenAI, empresa liderada por Sam Altman, indica ter chegado mais próximo desse marco com o software ChatGPT, um chatbot que imita uma conversa humana com base em perguntas e pedidos dos usuários.
O sucesso recente da ferramenta, que atingiu 1 milhão de usuários no final do ano passado, fez com que a OpenAI — que já tem capital aberto desde 2019 e é avaliada em US$ 14 bilhões de dólares — refizesse os planos para conseguir uma nova rodada de investimento. Para engordar o valuation, entraram na mira as ações de funcionários, que querem sair do negócio, e de antigos investidores. O montante pode chegar a US$ 300 milhões e com isso, a empresa seria avaliada em US$ 29 bilhões, o dobro do valor atual.
Se alcançar este patamar estimado, a jovem empresa chegaria ao posto de maior startup do mundo e criaria mais uma big tech americana, mas dessa vez voltada ao promissor negócio das inteligências artificiais. E, ainda que trabalhe no campo da experimentação e não tenha receita, de olho na captação estão gestoras de venture capital de peso de Thrive Capital e Founders Fund, duas conhecidas pela criação de unicórnios.
Esta não é a primeira vez que a companhia recalcula a rota para conseguir crescer. Na fundação da OpenAI, em 2015, o objetivo era funcionar com uma ONG para desenvolver código aberto que beneficiasse toda a humanidade — daí o nome da empresa. Com o apelo nobre da ideia, Elon Musk e Reid Hoffman, o fundador do LinkedIn, se juntaram a iniciativa e ajudaram a atrair investidores anjos.
Em meados de 2019, quando Sam Altman assumiu o comando da startup, e Elon Musk se desligou do projeto, o novo CEO deu início a um braço for profit para conseguir levantar recursos e financiar o poder computacional necessário para treinar seus algoritmos. Logo veio o primeiro resultado que ganhou olhares: o software Dall-E, que no início usava um banco de dados de 12 bilhões de imagens e criava outras figuras e fotos a partir disso.
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No estágio atual, segundo a empresa, além das imagens e do chat em linguagem humana, os algoritmos da empresa conseguem admitir erros, desafiar premissas incorretas e rejeitar solicitações inapropriadas. Tamanho poder em simular a criatividade humana, atraiu a atenção de empresas como Microsoft, que já investiu US$ 1 bilhão no negócio, e ganhou a preferência na comercialização de novas tecnologias para serviços como o Bing e o Microsoft Design.
Se aposta se mostrar certeira, a empresa liderada por Satya Nadella ganha vantagem na competição com o DeepMind, o laboratório de inteligência artificial da Meta, e tem a chance de finalmente fazer frente aos mecanismos de busca do Google. No limiar desse curioso novo mundo, a chance de ser quem vai ditar o mercado de software mais um vez.