Bovespa: ao término da sessão, contrato de DI para janeiro de 2015 marcava 11,597% (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 16h27.
São Paulo - Num dos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom) mais aguardados dos últimos tempos, o mercado de juros foi para a arquibancada nesta quarta-feira, 3, com sua convicção de aumento de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic abalada pela possibilidade de o BC providenciar uma alta maior, de 0,75 ponto porcentual, segundo a aposta de alguns investidores.
Apesar de a aposta dominante ser a de avanço para 11,75% na taxa básica de juros, nesta tarde ganhou força a possibilidade de a Selic subir para 12%, o que puxou a curva a termo para cima e para as máximas no meio da tarde.
O movimento foi suavizado perto do fechamento, com alguns players aproveitando o repique para realizar lucros e zerar posições.
Assim, ao término da sessão regular, o contrato de DI para janeiro de 2015 (846.975 contratos) marcava 11,597%, de 11,559% ontem.
O DI para janeiro de 2016 (136.450 contratos) estava em 12,60%, de 12,56%; o DI para janeiro de 2017 (138.220 contratos) registrou 12,47%, de 12,42% no ajuste anterior. E a taxa do DI para janeiro de 2021 (65.385 contratos) marcava 11,92%, igual à véspera.
Há algumas semanas, o mercado trabalhava com aumento de 0,25 ponto porcentual para a taxa Selic, diante de indicadores frágeis da economia brasileira.
As declarações do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton, em um evento, sinalizando que o BC não iria vacilar com a inflação, foi a deixa para as apostas avançarem para 0,50 ponto, sendo que este aumento para 0,75 ponto, que vem crescendo desde ontem, não foi embasado em notícias que o justificassem.
Nem mesmo o dólar hoje contribuía para o avanço, ao operar em baixa.
Vale destacar que o mercado segue de olho na votação do projeto de lei que altera a LDO de 2014 e que garantirá na conta abatimentos de investimentos de modo que o governo não precisará cumprir a meta de superávit primário inicialmente acordada para o ano.
Até o fechamento da sessão regular do mercado de juros, o plenário do Congresso ainda não havia votado o texto, que já vinha de um adiamento de sessão da véspera.
Cabe ainda registrar que o governo editou MP para liberar crédito de R$ 30 bilhões ao BNDES neste ano.
Apesar de a notícia ser negativa e vir na contramão do que sinalizou o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre menor repasse do Tesouro ao BNDES, fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, informaram que neste período até a posse efetiva da nova equipe econômica medidas como essa podem ser desovadas, justamente para aliviar a vida do novo time que virá.