Eike Batista durante a oferta pública inicial de ações da petrolífera OGX, na Bovespa, em 2008 (FERNANDO CAVALCANTI)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 20h07.
Detentores de títulos da OGX Petróleo e Gás Participações contrataram o banco de investimento Rothschild para aconselhar sobre uma potencial reestruturação de dívida da empresa, disseram duas fontes à Reuters, enquanto se preparam para uma negociação contenciosa com a petroleira controlada por Eike Batista.
Um comitê de credores formado "por cerca de uma dúzia" de fundos de investimento escolheu a Rothschild devido a sua experiência em processos similares no Brasil, disse uma das fontes, que não quis ser identificada porque o processo é privado.
Escritórios de advocacia Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP e Pinheiro Neto Advogados também foram contratados, segundo as fontes.
O Pacific Investment Management Co., conhecido como Pimco, é uma das principais empresas de investimento do comitê, disseram ambas as fontes. Os titulares que participam da comissão possuem mais de metade dos 3,6 bilhões de dólares em títulos em circulação da OGX, acrescentou a segunda fonte.
O processo de seleção seguiu um movimento recente da OGX de contratar o Blackstone Group LP para ajudar a produtora de petróleo a "rever sua estrutura de capital." A OGX enfrenta pagamentos de juros dos títulos de cerca de 40 milhões de dólares em outubro e 100 milhões de dólares em dezembro. E analistas, incluindo Marcus Sequeira, do Deutsche Bank Securities, advertiram que a empresa pode ficar sem dinheiro antes do final deste trimestre.
Os preços da dívida da OGX com prazo em 2018 e 2020 caíram mais de 80 por cento neste ano, o que fez deles os títulos de mercados emergentes com pior desempenho este ano, segundo dados da Thomson Reuters.
Esforços da reportagem para entrar em contato com os escritórios de imprensa do Pimco e do Rothschild foram infrutíferos. O Pinheiro Neto não quis comentar. As chamadas feitas a advogados em escritórios de Cleary New York não foram imediatamente respondidas.
Detentores de títulos ficaram irritados depois que os maiores bancos do Brasil refinanciaram a dívida e estenderam o pagamento para o conglomerado de empresas de mineração, logística e energia da EBX. Parte da dívida foi paga aos bancos com recursos provenientes da venda de ativos.
A pressão exercida por bancos estatais e do setor privado na EBX poderia capacitá-los a eliminar praticamente qualquer perda significativa oriunda da sua exposição ao grupo.
Mas detentores de títulos poderiam enfrentar perdas pesadas em seus investimentos com Eike, que menos de dois anos atrás tinha a sétima maior fortuna do mundo.