O bilionário argentino Eduardo Eurnekian, presidente da Corporación América (Diego Levy/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 20h05.
Buenos Aires - O bilionário argentino Eduardo Eurnekian planeja listar publicamente quatro unidades de sua holding Corporación América este ano se Buenos Aires fizer um acordo com credores norte-americanos que estão processando o país por dívidas não pagas, disse o magnata nesta quarta-feira.
Eurnekian, 83, fundador e presidente da Corporación América quer listar em bolsa negócios de aeroportos, a empresa de energia Compañía General de Combustibles e os negócios de produção de microchips, assim como uma unidade voltada à agroindústria.
Eurnekian disse que uma empresa norte-americana estava supervisionando os preparativos para uma oferta pública e que cada uma das quatro unidades estava trabalhando com um banco diferente. "Queremos que as listagens aconteçam de mãos dadas com a reintegração da Argentina aos mercados financeiros globais", disse Eurnekian em entrevista.
Temores de investidores sobre uma desaceleração na China agitaram os mercados emergentes ao redor do mundo. Ainda assim, a Argentina espera uma onda de investimentos diretos se o presidente Mauricio Macri fizer um acordo com os credores nos EUA e se as reformas para liberalizar a economia criem raízes. Questionado se as condições de mercado, que tem visto uma queda de 15 por cento no índice Thomson Reuters Latin America, estavam apropriadas para uma oferta pública este ano, Eurnekian disse que uma vez que um acordo com credores seja alcançado os "valores (dos ativos) serão melhores, as condições serão ideais".
O faturamento anual da Corporación América é de cerca de 2 bilhões de dólares. Mais da metade é gerado pela área de aeroportos, que opera terminais na Argentina, assim como dois em Brasília e Natal, no Brasil, e outros na Itália, Peru e Equador.
Eurnekian disse que continuará explorando oportunidades de investimento no Brasil, apostando em uma recuperação da maior economia da América Latina e um aumento nos fluxos de comércio dentro do Mercosul. "As empresas têm que expandir além de suas fronteiras. E isso é o que estamos fazendo hoje, é o que procuramos fazer pelo menos com nosso parceiro mais importante, o Brasil, e em outras áreas como Peru e Equador", disse ele.
Eurnekian pagou no ano passado 101 milhões de dólares para compra campos de gás da Petrobras Argentina e expressou interesse em comprar mais ativos da Petrobras na Argentina.