O discurso de posse de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, trouxe um apelo direto: “Perfurar, perfurar e perfurar”. A intenção é impulsionar um novo boom do petróleo e incentivar a produção doméstica, mas as análises mostram que a meta de preços mais baixos de energia prometidos pode estar longe da realidade. Segundo Tom Holland, analista da Gavekal Research, as políticas energéticas de Trump têm contradições que podem inviabilizar seus objetivos.
Como destacou Holland, Trump está ciente de que os preços da energia influenciam diretamente a inflação interna nos EUA, o que pode impactar sua popularidade. Para tentar manter a inflação sob controle, ele pretende incentivar os produtores a aumentar a oferta de energia. De acordo com o novo secretário do Tesouro, Scott Bessent, a meta da administração seria expandir a produção de petróleo em até 3 milhões de barris por dia e estabilizar os preços em US$ 50 por barril e US$ 2 por galão para a gasolina.
Produção recorde e metas ambiciosas
Atualmente, a produção de petróleo bruto dos Estados Unidos já está próxima de 13,5 milhões de barris por dia, um número que beira o recorde histórico. A meta de um aumento adicional de 3 milhões de barris diários parece ambiciosa, mas, segundo a Gavekal, é viável quando consideradas outras fontes de energia, como gás natural líquido e seco. No total, a produção de petróleo e gás dos EUA equivale hoje a 38 milhões de barris diários.
Para a Gavekal, é possível que, nos próximos dois ou três anos, os EUA alcancem o crescimento pretendido. Contudo, Holland destaca que esse aumento não necessariamente resultará em preços mais baixos para os consumidores, sobretudo se Trump continuar perseguindo seu objetivo de dominação energética global.
Dominação energética e contradições econômicas
O plano de Trump para a dominação energética inclui expandir as exportações para reduzir os déficits comerciais com parceiros como China e União Europeia. O governo busca firmar contratos de longo prazo com esses países, aumentando as exportações de petróleo e gás natural. Porém, para reduzir os déficits em 20%, os EUA precisariam exportar cerca de 2 milhões de barris diários adicionais para a China e 1,6 milhão de barris para a Europa.
Esse aumento significativo nas exportações exigiria uma aceleração ainda maior na produção doméstica de energia, mas, segundo o Federal Reserve de Kansas City, os preços atuais do petróleo e do gás não incentivam os produtores a investir em novos poços. A pesquisa indica que perfurar novos poços só seria rentável com o petróleo a US$ 84 por barril e o gás natural a US$ 4,66/MMBtu — valores que os produtores não esperam atingir nos próximos cinco anos.
Produção x preços: um dilema persistente
Atualmente, os produtores estão focados em aumentar a eficiência das operações existentes em vez de ampliar a perfuração. Mesmo com o preço do petróleo a US$ 76 por barril, perfurar novos poços é apenas marginalmente lucrativo. Já o gás natural, a US$ 3,75/MMBtu, está praticamente no ponto de equilíbrio.
Essas condições mostram que, enquanto Trump busca equilibrar interesses comerciais e políticos, a redução de preços para os consumidores americanos pode não ser compatível com seus objetivos de exportação e dominação energética global. A economia do setor energético, portanto, segue como um dos maiores desafios para a administração e para os produtores norte-americanos.
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O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden posam ao lado do presidente eleito Donald Trump e Melania Trump ao chegarem à Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025, antes de partirem para o Capitólio dos EUA, onde Trump será empossado como o 47º presidente dos EUA. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP)
(O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden posam ao lado do presidente eleito Donald Trump e Melania Trump ao chegarem à Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025, antes de partirem para o Capitólio dos EUA, onde Trump será empossado como o 47º presidente dos EUA. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP))
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Donald Trump chegando à Casa Branca recebido por Joe Biden
(Donald Trump chegando à Casa Branca recebido por Joe Biden)
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Donald Trump e Melania Trump em cerimônia religiosa de posse
(Donald Trump e Melania Trump em cerimônia religiosa de posse)
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Donald Trump e Melania Trump cerimônia religiosa de posse
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O presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris se preparam para cumprimentar o presidente eleito Donald Trump na Casa Branca em Washington
(O presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris se preparam para cumprimentar o presidente eleito Donald Trump na Casa Branca em Washington)
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Donald Trump ao lado de sua esposa no seu juramento
(Donald Trump ao lado de sua esposa no seu juramento)
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JD Vance é empossado como vice-presidente pelo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh enquanto Usha Vance segura a Bíblia durante a 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025. (Foto de Morry Gash / POOL / AFP)
(JD Vance é empossado como vice-presidente pelo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh enquanto Usha Vance segura a Bíblia durante a 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025)
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WASHINGTON, DC - 20 DE JANEIRO: (E-D) Priscilla Chan, Meta e CEO do Facebook Mark Zuckerberg, e Lauren Sánchez comparecem à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Rotunda do Capitólio dos EUA em 20 de janeiro de 2025 em Washington, DC. Donald Trump toma posse para seu segundo mandato como o 47º presidente dos Estados Unidos. (Foto de Chip Somodevilla/Getty Images)
(Priscilla Chan, Meta e CEO do Facebook Mark Zuckerberg, e Lauren Sánchez comparecem à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Rotunda do Capitólio dos EUA em 20 de janeiro de 2025 em Washington, DC)
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(E-D) O CEO do Google, Sundar Pichai, fala com o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando eles chegam para a cerimônia de posse antes de Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025
(O CEO do Google, Sundar Pichai, fala com o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando eles chegam para a cerimônia de posse antes de Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025)
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Convidados, incluindo Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, chegam antes da 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
(Convidados, incluindo Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, chegam antes da 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, segunda-feira, 20 de janeiro de 2025)
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Donald Trump em seu discurso de posse
(Donald Trump em seu discurso de posse)
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Joe Biden aperta a mão de Donald Trump em sua posse
(Joe Biden aperta a mão de Donald Trump em sua posse)
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Congresso dos EUA, decorado para a cerimônia de posse
(Congresso dos EUA, decorado para a cerimônia de posse)
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Congresso dos EUA, em Washington, que terá frio severo no dia da posse
(Congresso dos EUA, em Washington, que terá frio severo no dia da posse)
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O ex-presidente George W. Bush, a ex-primeira-dama Laura Bush e o ex-presidente Barack Obama chegam para a cerimônia de posse de Donald Trump
(O ex-presidente George W. Bush, a ex-primeira-dama Laura Bush e o ex-presidente Barack Obama chegam para a cerimônia de posse de Donald Trump)
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George W. Bush chega para a cerimônia de posse de Donald Trump
(George W. Bush chega para a cerimônia de posse de Donald Trump)
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Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito
(Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito)