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Vamos ser um consolidador do mercado petrolífero, diz CEO da Petrorecôncavo (RECV3)

Para o CEO da Petrorecôncavo, Marcelo Magalhães, a empresa está capitalizada o suficiente para operações de consolidação do mercado.

Petrorecôncavo (RECV3) (Petroreconcavo/Divulgação)

Petrorecôncavo (RECV3) (Petroreconcavo/Divulgação)

Para o CEO da Petrorecôncavo (RECV3), Marcelo Magalhães, a empresa será um consolidador do mercado petrolífero, com a possibilidade de compra de ativos ou de outras empresas.

"A Petrorecôncavo vai ser um consolidador do mercado petrolífero. Temos expertise para isso, temos capitalizados para isso, temos uma equipe forte. Um dos nossos principais acionistas é o grupo Opportunity, que tem uma larga experiência nesse tipo de atividades. Então, estamos olhando várias oportunidades", explicou Magalhães.

O CEO da companhia petrolífera salientou como está "olhando ativos nas bacias onde já operamos, seja operadores menores, seja parte de infraestruturas ou ativos de outros operadores, onde em algum momento possa fazer sentido algum tipo de consolidação".

Atualmente a Petrorecôncavo possui dois ativos petrolíferos: o ativo Bahia e o ativo Potiguar. Na Bahia, a companhia petrolífera possui 26 campos na região do Recôncavo Baiano. No Rio Grande do Norte, possui o Polo Riacho da Forquilha, 34 campos na Bacia Potiguar, no entorno da cidade de Mossoró.

Segundo Magalhães, "existe um enorme horizonte de crescimento orgânico nas bacias onde atuamos, como os relatórios de reservas deixam isso muito evidente. Temos uma produção que totaliza 22 mil barris de óleo equivalente (BOE) por dia, com a perspectiva de ir até 36 mil BOE por dia".

Petrorecôncavo com "bala na agulha" para novas acquisições

Questionado sobre a capacidade financeira da empresa de enfrentar possíveis fusões ou aquisições, o executivo salientou como a Petrorecôncavo está "extremamente capitalizada".

"Com o follow-on e o aumento de capitalização a empresa está muito bem capitalizada, e isso a posiciona muito bem na atividade de fusões e aquisições. Somos uma empresa consolidadora que vai adquirir outros players, ou participação de outros players ou ativos de outros players. Estamos nos preparando ativamente para isso. Entre as empresas listadas no setor, públicas ou não, somos a empresa mais capitalizada. E isso é muito bom", disse Magalhães.

Segundo o CEO, o mercado petrolífero está assistindo ao fim do processo de desinvestimento da Petrobras, que vai levar a um processo natural de consolidação, com fusões e aquisições.

Foco na produção de gás

Para Magalhães, o foco da Petrorecôncavo será cada vez mais a produção de gás natural.

"Estamos com um certo foco no aumento de produção do gás. A situação do preço do gás hoje gera um forte interesse. Começamos a assinar contratos com preços flexíveis, que incentiva a empresa a desenvolver mais a produção de gás", disse Magalhães.

O último relatório de reservas da Petrorecôncavo indicava que o gás deveria representar 35% do faturamento da empresa até 2025. Entretanto, no primeiro semestre do ano, o gás já chegou a 40% da receita, graças ao forte aumento das cotações internacionais.

"Existe uma chance de superar isso, pois o polo de Miranga (BA) está trazendo retornos de produção muito mais interessantes do que a gente previa. Estamos muito acima da curva de gás com a certificação de reservas", salientou Magalhães.

O CEO da Petrorecôncavo explicou como a previsão é que a cotação do gás se mantenha alta por muito tempo, por causa das consequências da guerra na Ucrânia. Entretanto, segundo ele, é necessário "manter o gás competitivo com outras fontes, ter um equilíbrio, senão quem pode mudar de fonte energética vai fazer, e não queremos destruir o mercado de gás, que acabou praticamente de começar e está se demonstrando muito forte, muito saudável no país todo".

Empresa vai ter "equilíbrio" entre dividendos e investimentos

Falando sobre a distribuição de dividendos, Magalhães lembrou que a Petrorecôncavo já pagou US$ 180 milhões em dividendos.

"Nossos acionistas gostam de dividendos. Estamos em um momento de intensos investimentos, além de um pagamento de dívidas, e esse ano já pagamos 25% do lucro líquido contábil em dividendos, conforme obrigado pelo estatuto", explicou o executivo.

Magalhães lembrou que nem todos os operadores do mercado gostam de dividendos, pois muitos preferem um crescimento maior da empresa.

"Um percentual bom é entre 60% de fluxo de caixa em investimentos e 40% distribuído em dividendos. Mas claro, vai depender se tiver uma oportunidade única que não podemos deixar de lado. Ai teremos que rever nossa política de dividendos", disse o CEO da Petrorecôncavo.

Falando sobre a gestão da empresa, que abriu seu capital em 2021 e foi listada no segmento "Novo Mercado" da B3 (B3SA3), o executivo explicou como "quando abrimos o capital, no momento do IPO, extinguimos o acordo de acionistas e viramos uma corporation. Hoje temos acionistas de referência, mas ninguém é melhor do que ninguém aqui. Estamos no novo mercado, temos um nível de governança corporativa elevadíssimo, e estamos nos esforçando em falar com os pequenos acionistas. Queremos um processo de gestão extremamente transparente para a Petrorecôncavo.

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