São Paulo - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) colocou na última quinta-feira em audiência pública um edital chamando o mercado à discussão sobre a entrada de uma nova bolsa no mercado brasileiro. Pelo teor do que será discutido, na visão dos analistas do Defutsche Bank, a concorrência no segmento de bolsas de valores ainda deve demorar a acontecer.

A audiência pública deve abordar questões de regulação e controle do mercado de ações caso seja criada uma nova bolsa no país. Contudo, os participantes do debate não irão tratar da eventual concessão da câmara de compensação, que pertence à BM&FBovespa, à bolsa concorrente.

Essa é uma das principais questões relacionadas à chegada da concorrência. A criação de uma nova clearing ou o uso da estrutura da que já existe é um dos principais gargalos barrando uma nova bolsa no mercado.

Outro assunto que não será discutido na audiência pública é a possibilidade de concorrência entre bolsas mercados de balcão, como a Cetip.

Na visão dos analistas Mario Pierry, Marcelo Cintra e Tito Labarda, que assinam o relatório do Deutsche Bank, “a CVM está tentando estimar as consequências de um ambiente com mais de uma bolsa para antecipar quaisquer ações que precisem ser tomadas”.

Os analistas mantêm sua recomendação de compra para as ações ordinárias (ON, com voto) da BM&FBovespa, com preço justo estimado de R$ 16,00 para o fim do ano. Esse valor, contudo, é estimado com base em projeções dos analistas para os resultados da Bovespa nos próximos trimestres. Para que o preço se concretize, é preciso que certas condições de oferta e procura pelos papéis no mercado sejam cumpridas.