Logo do Federal Reserve é visto em Washington, DC (Mandel Ngan/AFP)
Larissa Moreira
Publicado em 22 de setembro de 2016 às 16h15.
Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 18h26.
São Paulo - O Federal Reserve anunciou nesta quarta-feira (14) o aumento de 0,25 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos. Com isso, os juros vão para a faixa entre 0,5% e 0,75%. Foi a segunda alta em uma década.
A decisão, apesar de esperada pelo mercado, impactou a bolsa brasileira, que ampliou as perdas no pregão desta quarta-feira (14) . O mau humor do mercado interno em relação ao aumento da taxa americana se deve ao receio de fuga de capital. É o que explica Felipe Martins Silveira, analista da Coinvalores.
“Os investidores olham primeiro para a qualidade do investimento. Os Estados Unidos, mesmo tendo juros pequenos, o fluxo próximo de zero acaba atraindo o capital de outros países”, acrescenta.
Países emergentes
Quando o Fed aumenta a taxa de juros, há a chance de todos os países sentirem algum impacto. Mas os emergentes serão os mais prejudicados, inclusive o Brasil.
Lucas Marins, analista da Ativa Investimentos, explica que a “fuga pela qualidade” afetará os países subdesenvolvidos, que são considerados os mais arriscados para investir.
“O Brasil tem um risco mais elevado. As pessoas vão querer colocar o dinheiro nos Estados Unidos porque é mais seguro. O aumento da taxa vai dar mais atenção para isso”.
E o dólar?
O aumento da taxa de juros também deve impactar o câmbio. A expectativa é que haja uma valorização da moeda americana e consequentemente, uma desvalorização do real.
“Uma alta dos juros faria com que a concentração dos investimentos nos Estados Unidos levasse a uma queda no preço do petróleo, o que causaria uma desvalorização do real.”, explica o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Jason Vieira, economista da Infinity Asset, explica que a tendência de atração de investimentos aos Estados Unidos é de valorização global do dólar, tendo um efeito diferenciado em cada empresa, dependendo do setor.
Segundo Vieira, “o setor exportador se beneficia do processo e aqueles que investem em matéria prima importada, na linha contrária.”