Há um ano, o volume armazenado no sistema Cantareira era de 38,1%. A última medição mostrou que o nível atual é de 3% (Divulgação/Sabesp)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2014 às 16h50.
São Paulo – Você pode até não ter percebido, mas o pouco amigável termo “volume morto” já se tornou recorrente no seu cotidiano. A falta d'água em alguns distritos da capital paulista tem dificultado a vida da população e também a situação da Sabesp, que está cada vez mais dramática.
Os últimos meses da empresa na Bolsa mostraram que as ações da companhia secaram quase que na mesma intensidade do sistema Cantareira, seu maior reservatório. Desde o início do ano, as ações ordinárias já desvalorizaram 26%.
A Sabesp já perdeu 5 bilhões de reais em valor de mercado em 2014, segundo dados da consultoria Economatica.
E se depender das projeções do mercado, o tombo pode ser ainda maior. De acordo com Maria Carolina Carneiro, analista do Santander, os resultados do terceiro trimestre da Sabesp, pela primeira vez, vão refletir inteiramente a política de descontos implementada pela empresa para enfrentar a questão hídrica desfavorável. Os números devem ser conhecidos pelo mercado no dia 13 de novembro.
“A Sabesp manteve sua campanha de desconto nas tarifas para o todo o trimestre, o que, a nosso ver, deve prejudicar seus resultados do terceiro trimestre - a empresa deve manter a campanha em 2015, visando recuperar as reservas técnicas. Esperamos resultados negativos para a Sabesp”, explica a analista em relatório.
Para amenizar a maior crise hídrica da história de São Paulo começou a vigorar, nesta quinta-feira, a ampliação do desconto na conta dos consumidores que economizarem água. Com isso, as residências que reduzirem entre 10% e 15% no consumo terão desconto de 10% na conta. As reduções entre 15% e 20%, receberão descontos de 20%. Já as que conseguirem reduzir em 20% ou mais permanecem com o desconto de 30%. O cálculo é feito sobre a média de consumo de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.
“A política de descontos resultará em redução de volumes, queda nas tarifas, gastos crescentes relacionados ao tratamento da água e investimentos adicionais. Trabalhamos com uma expectativa de reação negativa do mercado aos números”, avalia o Santander.
Há um ano, o volume armazenado no sistema Cantareira era de 38,1%. A última medição mostrou que o nível atual é de 3%.