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Como o IPO do Magazine Luiza pode afetar as ações do Pão de Açúcar

Santander avalia possíveis impactos que devem influenciar as duas empresas

O Santander se mostrou impressionado com a alta margem Ebitda do Magazine Luiza (Antonio Milena/EXAME)

O Santander se mostrou impressionado com a alta margem Ebitda do Magazine Luiza (Antonio Milena/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2011 às 13h46.

São Paulo – Não era uma grande surpresa a intenção do Magazine Luiza abrir o capital na bolsa, mas a confirmação do plano ontem à tarde com o arquivamento do prospecto preliminar para análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) levou a inevitáveis comparações entre os números financeiros da empresa presidida por Luiza Trajano e o Grupo Pão de Açúcar.

As ações do Pão de Açúcar chegaram a refletir parte da preocupação e tiveram o desempenho afetado após o anúncio de publicação do documento. A chegada de um novo player na bolsa certamente elevará a concorrência entre as duas empresas. Pelo menos é isso o que afirmam os analistas Tobias Stingelin e Joaquin Ley do Santander, em relatório distribuído nesta terça-feira (1) aos clientes.

Por outro lado, eles enfatizam que o cenário no momento é neutro até que dados financeiros mais claros sejam divulgados para que o investidor possa fazer comparações mais claras entre ambas companhias. Mesmo assim, o Santander se mostrou impressionado com a alta margem Ebitda (Lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) do negócio, de 6,7%. A Nova Casas Bahia (Incluindo 12 meses de Globex e 2 de Casas Bahia), por sua vez, tem uma margem de 4,4%.

“Apesar de um IPO de sucesso (da Magazine Luiza) possa resultar no surgimento de um competidor melhor capitalizado, e de que durante o processo da oferta de ações os investidores serão expostos as diferenças de margens entre as duas companhias, retornos e estratégias, não acreditamos que o IPO irá colocar a Nova Casas Bahia em uma posição inferior”, afirmam os analistas.

Stingelin e Ley destacam que a Nova Casas Bahia, companhia formada pela fusão da Globex com a rede de lojas de eletrodomésticos Casas Bahia, está “na fase inicial de sua virada” e que, por conta disso, a expectativa é de que a empresa expanda as margens, aprimore a geração de fluxo de caixa e os retornos daqui em diante. Além disso, o Santander lembra que, aos preços atuais, o Grupo Pão de Açúcar ainda não reflete de maneira adequada o valor de seus negócios na área de alimentos”, que inclui as marcas próprias e serviços de entrega (delivery) e que apresenta uma boa performance, segundo o Santander.

“Vamos nos abster de fazer comparações entre a Magazine Luiza e o grupo Globex neste momento, já que não entendemos claramente as diferenças no mix de vendas de cada empresa, por exemplo, assim como o potencial das diferenças e dos ajustes na contabilidade”, acrescentam. A recomendação dos analistas do Santander para as ações preferenciais classe A do Pão de Açúcar (PCAR5) é de compra, com preço-alvo estabelecido em 88 reais para o final de 2011.

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