São Paulo - Noutra sessão de giro modesto devido a jogo do Brasil na Copa do Mundo, o investidor da Bovespa desprezou a melhora da perspectiva da nota soberana e preferiu realizar lucros, de olho na queda das commodities.

Com apenas 3,24 bilhões de reais, a sessão desta segunda-feira marcou novo piso de volume financeiro em 2010. Enfraquecido pelo fraco desempenho das blue chips, o Ibovespa recuou 0,92 por cento, aos 64.225 pontos.

Com sinais desencontrados dos mercados internacionais --o índice acionário europeu subiu após 4 quedas, enquanto as bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em leve baixa após passarem boa parte do dia no azul--, a má performance de matérias-primas foi o principal parâmetro para os negócios na bolsa paulista.

O papel prefererencial da Vale foi um dos piores do Ibovespa, tombando 2,2 por cento, a 41,01 reais. Já a preferencial da Petrobras cedeu 1,8 por cento, a 27,42 reais.

"Num dia de giro fraco, o movimento de realização de lucros fez a diferença", disse o operador Renato Tavares, da Intrader Investimentos.

Durante o dia, a bolsa paulista chegou a esboçar uma reação, depois de a agência de classificação de risco Fitch elevar a perspectiva para o rating soberano do Brasil de "estável" para "positiva". O aumento do gasto pessoal nos EUA em maio, levemente acima do esperado por analistas, e seu efeito sobre as bolsas nova-iorquinas, também teve reflexo positivo.

No final, entretanto, Nova York reverteu, fortalecendo ainda mais o embolso de ganhos na Bovespa, quando o giro financeiro já estacionava, com os operadores de olho no jogo em que o Brasil bateu o Chile por 3 X 0 e se classificou para as quartas de final, em jogo contra a Holanda na próxima sexta-feira.

Outra ação que teve desempenho fraco foi Vivo, caindo 1,1 por cento, para 48,25 reais, com uma decisão do órgão regulador do mercado de capitais português que diminuiu as chances de sucesso da Telefónica de fazer aprovar a proposta para comprar a fatia que a Portugal Telecom possui na operadora móvel brasileira.

Na ponta de cima, Lojas Renner subiu 4,2 por cento, cotada 51,00 reais. A rede varejista teve o preço-alvo de suas ações elevado pelo UBS.