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Commodities em alta: Petrobras dispara 6%; Vale tem 6ª alta em 7 pregões

Ações da PetroRio sobem 7,64% e lideram os ganhos do Ibovespa; Carrefour cai 5% após protestos pelo país e puxa as perdas

Plataforma de extração de petróleo da Petrobras. (Germano Lüders/Exame)

Plataforma de extração de petróleo da Petrobras. (Germano Lüders/Exame)

PB

Paula Barra

Publicado em 23 de novembro de 2020 às 10h26.

Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 18h29.

As ações ligadas a commodities lideraram os ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira, 23, em meio a expectativas de que uma vacina contra covid-19 seja disponibilizada em breve. Petrorio (PRIO3), que fechou a semana passada como a maior alta do índice, voltou a encabeçar as altas, com valorização de 6,87% hoje, seguida por CSN (CSNA3), Petrobras (PETR4) e BRF (BRFS3). Do outro lado, Carrefour (CRFB3) puxou as perdas, com queda de 5,35%, após protestos pelo país pela morte de um homem negro em loja da rede de supermercados.

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Petrobras, PetroRio

As ações ON e PN da Petrobras (PETR3; PETR4) avançaram 4,86% e 6,13%, seguindo o movimento positivo dos preços do petróleo. O otimismo é alimentado também por notícias de avanços das vacinas contra covid-19 e expectativas de que os membros da Opep+, que reúne os países produtores de petróleo da Opep e aliados, estendam, por mais 3 a 6 meses, os atuais cortes na produção da commodity em reunião que será realizada no fim do mês. Os contratos do petróleo Brent, negociado em Londres e usado como referência pela estatal, subiram 1,89%.

No mesmo setor, os papéis da PetroRio (PRIO3) dispararam 7,64%. Na semana passada, as ações da companhia avançaram 27%, liderando os ganhos do Ibovespa, após anúncio de compra de participações em campos na região do pré-sal.

Siderúrgicas, Vale

Também entre as maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira, 23, apareceram os papéis das siderúrgicas CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5), com ganhos de 6,80% e 4,63%, respectivamente. No mesmo setor, mas com movimento um pouco mais ameno, Gerdau (GGBR4) avançou 2,99%. Ainda entre as commodities, do lado de mineração, a Vale (VALE3) registrou valorização de 4,16% e renovou mais uma vez máxima histórica de fechamento na Bolsa. Essa é a sexta alta dos papéis da companhia em sete pregões. 

Depois de uma conferência anual com líderes de grandes empresas do setor de materiais básicos, o Bradesco BBI divulgou relatório apontando que espera que o momento continue robusto ano que vem para esse setor, com as companhias se preparando para dividendos mais altos e/ou próximos passos de crescimento. Os analistas citam que uma segunda onda de covid-19 é o principal risco para commodities, mas que vacinas bem sucedidas podem significar recuperação econômica ao longo do ano. Na América Latina, as ações de empresas do setor de materiais básicos preferidas pelo banco são: Vale, Suzano, Gerdau e Duratex. 

Sobre Vale, os analistas comentam que a empresa está mostrando avanços nas negociações com autoridades sobre acordo de reparação de danos por conta do rompimento de barragem em Brumadinho. Também comentam que os dividendos mínimos devem atingir um patamar considerável em março de 2021, enquanto dividendos extraordinários não são descartados.

Em relação à Gerdau, eles destacam que a companhia a vê uma dinâmica de lucros sólida à frente, com a demanda no Brasil devendo se manter forte, apoiada pela construção e recuperação da indústria, enquanto os estoques permanecem baixos em toda a cadeia. 

Frigorígicos

As ações da BRF (BRFS3) avançam 5,72% nesta tarde, figurando como a terceira maior alta do Ibovespa. No mesmo setor, JBS (JBSS3) sobe 1,77% e Marfrig (MRFG3) tem alta de 2,92%.

Segundo o analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, esses papéis estão bastante descontados em Bolsa, o que pode ter atraído fluxo comprador. "O mercado começou a andar, mas essas ações ficaram para trás. Não descarto uma volta de fluxo estrangeiro para esses papéis, com investidores vendo o setor ainda como uma boa oportunidade", comentou.

Aéreas

As ações das aéreas voltaram a subir após notícias positivas sobre vacinas. As ações da Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) registraram ganhos de 2,86% e 2,67%, respectivamente, enquanto a fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3) teve alta de 3,92%. Também seguindo o otimismo, os papéis da empresa de turismo CVC Brasil (CVCB3) avançaram 1,81%. No radar, a farmacêutica AstraZeneca anunciou que sua vacina mostrou eficácia de 90% nos testes, enquanto a agência reguladora dos Estados Unidos (FDA) deve decidir sobre autorização da vacina da Pfizer no próximo dia 10.

Carrefour 

Na ponta oposta, as ações do Carrefour (CRFB3) recuaram 5,35%, puxando as perdas do índice, após onda de protestos contra o racismo pelo Brasil. Na última quinta-feira, o soldador João Alberto Silveira Freitas, negro de 40 anos, foi espancado e morto em uma das lojas do supermercado em Porto Alegre. No mesmo setor, os papéis do Pão de Açúcar (PCAR3), que subiram 4,55% na sexta-feira, caíram 3,97% hoje.

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(BTG Pactual Digital/Divulgação)

Telefônica Brasil

As ações da Telefônica Brasil (VIVT3) caíram mais de 2%. No radar, a companhia informou que concluiu hoje a conversão de todas suas ações preferenciais em ordinárias. Foram convertidas 1,119 bilhão de ações preferenciais em ordinárias, na proporção de uma PN para uma ON, com extinção das preferenciais. Com isso, a partir de hoje, apenas o ticker VIVT3 está disponível para negociação das ações da companhia na B3.

Sinquia

A Exame Research iniciou nesta segunda-feira cobertura das ações da Sinquia (SQIA3), com recomendação neutra e preço-alvo em 23,90 reais para o fim de 2021, o que representa um potencial de valorização de 7,9% frente ao fechamento da última sexta-feira. Para os analistas Bruno Lima e Vitor de Melo, que assinam o relatório, os papéis da companhia estão sendo negociados com múltiplos em linha com seus pares Totvs (TOTS3) e Linx (LINX3), o que não demonstra grande assimetria de preço no atual patamar. 

Nesta sessão, os papéis da Sinquia recuaram 1,72%. No ano, acumulam queda de 11,15%. Totvs caiu 1,32% hoje, enquanto Linx avançou 0,47%.

Ultra, Cosan

A Raízen, controlada pela Cosan (CSAN3), e o Grupo Ultra (UGPA3), dono dos postos Ipiranga, lideram a disputa pelas refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio de Grande do Sul, segundo informações de O Estado de São Paulo. Conforme apuração do jornal, a Raízen estaria à frente na disputa pela Repar, enquanto o Grupo Ultra levaria a Refap.

Segundo analistas da Exame Research, Cosan e Ultrapar já eram apontadas como as principais concorrentes na disputa pelas refinarias da Petrobras no sul do país. Para a Petrobras, eles comentam que o desenho é atrativo. "Por mais que não haja um número grande de postulantes, os dois favoritos são grupos fortes e que tendem a fazer propostas interessantes". Já para a Cosan, avaliam que a obtenção da Repar teria um caráter estratégico, dada a qualidade do ativo, enquanto, para Ultrapar, a Refap seria importante pelos potenciais ganhos de sinergia com as operações da empresa no Rio Grande do Sul.

Os papéis da Cosan e Ultrapar registraram alta de 3,33% e 1,13%, respectivamente.

Suzano 

A Suzano (SUZB3) anunciou acordo com a Bracell Celulose e Turvinho Participações  para venda de uma área de 21.066 hectares de florestas na região central do estado de São Paulo. Os compradores também se comprometeram em adquirir as florestas já estabelcidas e em crescimento, assim como em comprar um volume de madeira adicional, numa transação de 1,056 bilhão de reais.

Para os analistas da Exame Research, o movimento é positivo para Suzano, apesar de não implicar em uma redução relevante da dívida líquida da companhia, que, ao fim do terceiro trimestre, girava em torno de 68 bilhões de reais. Ainda assim, eles apontam que o ativo florestal comercializado era visto como não-essencial, o que tende a ser bem avaliado pelo mercado. Na sessão, as ações da companhia caíram 1,19%.

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