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'Um gatilho para ações no curto prazo': o que esperar para os resultados do terceiro trimestre

Temporada começa nesta terça-feira, 22, com expectativa de aumento de lucros; varejo e setor bancário devem ser destaques

Painel de cotações da B3: temporada de balanços ficará no radar do mercado (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3: temporada de balanços ficará no radar do mercado (Germano Lüders/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 07h00.

Última atualização em 23 de outubro de 2024 às 11h11.

A temporada de balanços do terceiro trimestre das companhias brasileiras começa nesta terça-feira, 22, e deve dominar as atenções do mercado até a primeira quinzena de novembro. 

Embora o mercado não esteja tão otimista com a bolsa brasileira, a expectativa é de que os resultados do terceiro trimestre sejam positivos. O Itaú BBA espera um crescimento nos lucros acompanhada de uma desaceleração do Ebitda (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês).

A expectativa é de um crescimento de 12,9% no lucro líquido ano a ano contra uma alta de 6,6% no segundo trimestre. O Ebitda, por outro lado, deve avançar 7,2% em base anual nos cálculos do BBA, abaixo dos 18% de crescimento registrados no trimestre passado. 

Os analistas do Santander, por sua vez, esperam uma alta de 2% no Ebitda para as ações de sua cobertura, contra um avanço de 17% no lucro líquido – ambos em base anual. “É algo que pode ser um gatilho positivo para as ações no curto prazo”, destacaram.

Bancos em destaque

Um setor que promete ficar nos holofotes é o bancário – um dos favoritos do Bank of America (BofA) para a temporada. “Esperamos que a dinâmica dos lucros permaneça robusta (avanço de 14% em base anual), apoiada pelo sólido crescimento da margem com clientes e pela qualidade estável dos ativos”, escreveram os analistas.

Por outro lado, a evolução da margem com o mercado deve ser um ponto de atenção, especialmente em um ambiente de juros mais altos. Os juros também podem impactar o apetite à concessão de crédito dos bancos, que vinha em tendência de retomada.

Outro ponto de alerta é a inadimplência, especialmente no segmento do agro, que vem enfrentando turbulências. “Como o Brasil foi afetado pela seca nos últimos meses, vimos produtores adiando o plantio da safra 2025 e, como consequência, adiando também a contratação de empréstimos via Plano Safra”, informa o relatório do Santander.

Com um terço da carteira de crédito dedicada ao agronegócio, o Banco do Brasil (BBAS3) pode ser um dos mais prejudicados do setor na temporada do terceiro trimestre, tanto pela desaceleração da concessão de empréstimos como pelo aumento da inadimplência. 

Na ponta oposta, a tese de retomada do Bradesco (BBDC4) é destacada por analistas como um balanço que promete animar o mercado. “Esperamos que o mercado receba bem os resultados do Bradesco pois acreditamos que a combinação do forte crescimento da margem financeira aliada ao custo estável do risco gerem resultados acima do consenso neste trimestre”, concluem os analistas.

Varejo no radar

Para além dos bancos, o setor doméstico deve surpreender positivamente – em especial as varejistas. A aposta do BBA fica com o varejo de vestuário diante de um “bom impulso de receita para o setor, apoiado pelos números do  Índice diário de atividade econômica (IDAT), além da melhora dos resultados do financiamento ao consumo”.

A opinião é partilhada com o Santander, que projeta destaque para Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Guararapes (GUAR3) tanto nas vendas quanto nas melhorias de desempenho e margem. O BofA, por sua vez, destaca que “o clima relativamente mais seco e frio” do terceiro trimestre pode ter impulsionado as vendas no período, engordando os números.

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