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Com prejuízo de R$ 21 bilhões, Petrobras afunda na Bolsa

As ações preferencias da estatal registravam perdas de 8% na manhã desta quinta-feira


	Em 2014, a Petrobras teve um prejuízo de 21,58 bilhões de reais
 (REUTERS/Sergio Moraes)

Em 2014, a Petrobras teve um prejuízo de 21,58 bilhões de reais (REUTERS/Sergio Moraes)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 23 de abril de 2015 às 10h32.

São Paulo - As ações preferenciais da Petrobras registravam perdas de 8% na manhã desta quinta-feira. As ações ordinárias caiam 5,26%.

Ontem, após cinco meses de atraso, a Petrobras divulgou o balanço auditado do exercício de 2014. No ano passado, a estatal teve um prejuízo de 21,58 bilhões de reais, contra um lucro de 23,6 bilhões de reais em 2013. Trata-se do primeiro prejuízo da companhia desde 1991.

Os dados divulgados apontaram que as perdas oriundas de operações fraudulentas envolvendo ex-diretores da estatal e investigadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato somam 6,19 bilhões de reais.

Para contabilizar o valor das perdas com corrupção, a Petrobras explicou que listou todas as empresas citadas nas investigações e os contratos assinados com as contrapartes. Depois, calculou o valor desses contratos, identificando todos os pagamentos feitos, e aplicou um percentual fixo de 3% sobre o valor total, para estimar os gastos adicionais sobre o "montante total dos contratos".

Desculpas

Em entrevista na noite de quarta-feira, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, pediu desculpas à população pelo esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato na estatal.

"Faço pedido de desculpa em nome dos empregados da Petrobras, porque hoje sou um deles", disse.

Ele comparou a crise na empresa, por conta das denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava Jato, a um "desastre de avião" e disse que, diante do cenário adverso, é possível tirar lições e avançar.

"Vamos dizer que passamos por um desastre em algumas tomadas de decisão. Isso também vai servir para a gente", afirmou.

Entre as medidas tomadas para retomar a credibilidade da empresa, Bendine ressaltou a contratação de uma empresa de consultoria externa para auxiliar no mapeamento de "processos decisórios". "É um projeto de longo prazo, mas o 'start' já foi dado", afirmou.

No ano, as ações preferenciais da Petrobras acumulam ganhos de 21,36%, enquanto as ordinárias acumulam ganhos de 31,91%.

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