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Com pouca oferta, IPOs da China dão retorno mensal de 400%

O mercado de aberturas de capital da China nunca esteve tão quente, graças ao órgão regulador do mercado de valores mobiliários


	China: tamanho médio das ofertas deste ano diminuiu para US$ 88 milhões, o menor desde 2005
 (Feng Li/Getty Images)

China: tamanho médio das ofertas deste ano diminuiu para US$ 88 milhões, o menor desde 2005 (Feng Li/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2016 às 18h34.

O mercado de aberturas de capital da China nunca esteve tão quente, graças ao órgão regulador do mercado de valores mobiliários.

As 62 ações novas que completaram seu primeiro mês de negociação neste ano dispararam em média 420 por cento no período, a alta mais acentuada do tipo já registrada, mostram dados compilados pela Bloomberg.

Uma dica para entender o porquê: o tamanho médio das ofertas deste ano diminuiu para US$ 88 milhões, o menor desde 2005.

Embora retornos enormes nas aberturas de capital continentais não sejam uma novidade, os números estão ficando cada vez mais altos à medida que a Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China (CRSC, na sigla em inglês) tenta estabilizar o mercado acionário do país, de US$ 6,1 trilhões.

As autoridades solicitaram que organizadores e empresas limitassem o tamanho de suas ofertas no primeiro semestre para evitar um excesso de oferta de ações, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto, e um sistema de registro, que teria dado às empresas mais flexibilidade para estipular o preço e o momento das aberturas de capital, foi adiado.

O Shanghai Composite Index registra queda de 16 por cento em 2016, um dos maiores declínios do mundo.

“As reguladoras estão observando e testando cuidadosamente as reações do mercado à medida que aprovam aberturas de capital”, disse Dai Ming, gestor de recursos da Hengsheng Asset Management em Xangai.

“Eles tendem a segurar as aprovações quando o mercado cai e a liberar mais transações quando o sentimento melhora”.

Mais de 800 empresas entraram com pedidos de abertura de capital e aguardam aprovação, de acordo com o site da CSRC.

As 78 vendas finalizadas neste ano contrastam com o total de 219 em 2015 inteiro e o valor das transações é de cerca de um quarto do montante de 2015, mostram dados da Bloomberg.

A Wuxi Honghui New Materials Technology foi uma das que tiveram sorte e captou US$ 39 milhões em junho. As ações dispararam 553 por cento durante seu primeiro mês na bolsa de Shenzhen e agora registram alta de 580 por cento em relação ao preço da abertura de capital.

A empresa é um exemplo típico das aberturas de capital chinesas, porque foi precificada a um múltiplo inferior à média do mercado -- quase todas as ações vendidas pela primeira vez nos últimos dois anos tinham avaliações inferiores a 23 vezes os lucros, mostram dados compilados pela Bloomberg.

A avaliação inicial da Wuxi Honghui, de 22,98 vezes os resultados, contrasta com o múltiplo médio de 43,3 vezes para as empresas do setor de produtos químicos, disse a empresa em um documento de 17 de junho.

Hao Hong, chefe de estratégia da Bocom International Holdings em Hong Kong, disse que a perspectiva para o mercado chinês de aberturas de capital continua nas mãos da CSRC.

“A febre de aberturas de capital vai continuar se os reguladores continuarem adiando o sistema de registro e limitando os preços”, disse ele.

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