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Com Nyse mais próxima, JBS (JBSS3) sobe 5% no dia e bate máxima histórica

Somente nesta semana, papéis avançam 24% – retomando o patamar de dezembro de 2024, antes da queda recente do dólar; analistas ainda veem espaço para mais

Nyse: Empresa pretende concluir listagem no terceiro trimestre deste ano, dizem fontes (TIMOTHY A. CLARY /AFP)

Nyse: Empresa pretende concluir listagem no terceiro trimestre deste ano, dizem fontes (TIMOTHY A. CLARY /AFP)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 20 de março de 2025 às 16h18.

Última atualização em 20 de março de 2025 às 16h18.

Engatando mais um pregão de forte alta nesta semana, a JBS (JBSS3) sobe mais de 5% no pregão desta quinta-feira, 20, com a cotação batendo sua máxima histórica.

Por volta das 15h40, os papéis subiam 5,21%, negociados a R$ 41,17 – acima da cotação recorde anterior, de R$ 40,62, atingida em dezembro do ano passado.

Somente nesta semana, as ações da multinacional de proteínas avançam quase 24%, impulsionadas pela notícia de que a companhia está mais próxima de uma listagem nos Estados Unidos. (Hoje, o avanço do dólar após vários pregões de queda também ajuda as ações de frigoríficos em gerais).

Os papéis da JBS dispararam 17,89% somente no pregão de terça-feira, 18, depois que a empresa anunciou que sua controladora J&F chegou a um acordo com o BNDESPar, segundo maior acionista, com 20,8% do capital, em relação a listagem na Bolsa de Nova York (Nyse).

A holding dos Batista se comprometeu com um "seguro", garantindo um pagamento de até R$ 500 milhões ao BNDES, caso as ações da JBS não atinjam determinado patamar de valorização com a dupla listagem até dezembro de 2026. Em troca, o banco de fomento vai se abster de votar na assembleia que vai decidir sobre o processo, deixando a decisão na mão dos minoritários.

Havia no mercado um temor de que o BNDES pudesse se opor à operação – e também de que poderia se desfazer de suas ações na bolsa brasileira antes da listagem nos Estados Unidos acontecer, o que em tese traria pressão para os papéis.

Agora, a decisão depende apenas da Securities and Exchange Comission (SEC) e a expectativa da empresa é concluir a migração para a Bolsa americana ainda no terceiro trimestre deste ano.

É hora de comprar JBSS3?

No mercado, a avaliação é que a listagem na Bolsa de Nova York deve destravar valor na JBS, ao atrair mais investidores e deixá-la mais próxima dos múltiplos de avaliação de pares globais, como a Tyson e a Smithsfield.

Analistas de bancos e corretoras estimam que as ações podem subir mais de 100% em relação aos patamares anteriores à divulgação da notícia do acordo com o BNDES, conforme o re-rating for acontecendo. Pelo seu porte, a JBS já entraria na Nyse dentro do índice Russell 1000, das mil maiores empresas em valor de mercado e seria uma candidata ao S&P 500, um dos principais índices americanos, depois de seis meses de listagem.

Só isso já traria um fluxo de investidores passivos, que poderia puxar as ações para cima.

Em relatório divulgado após a disparada da terça-feira, o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle de EXAME) afirmou que apesar da pernada da ação, ainda vê espaço para mais.

"Uma mudança de preços dessa magnitude é tentadora para os investidores, que podem querer embolsar lucros, mas não faríamos isso agora. Dado o descontdo com que a JBS negocia em relação a seus pares nos Estados Unidos, na verdade há espaço para mais, dependendo de quanto desse desconto efetivamente se feche", afirmou o analista Thiago Duarte.

Por enquanto, ele considera a listagem nos Estados Unidos como uma "boa opcionalidade", que está começando a se materializar. Mas, mesmo sem considerar esse efeito e olhando para o valuation como as coisas estão hoje, ele vê espaço de alta, dada a boa geração de caixa da companhia.

O preço-alvo do banco para o fim deste ano é de R$ 48 por ação. O Itaú BBA, também sem colocar a listagem na conta, tem um alvo de R$ 52 para o mesmo período.

A JBS divulga seus resultados trimestrais no próximo dia 25.

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