PRIO: companhia produziu 14,8 milhões de barris em 2022 (PRIO/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 1 de março de 2023 às 20h55.
A PRIO (PRIO3), ex-Petro Rio, fez números recordes em 2022. A receita líquida da companhia chegou a US$ 1,25 bilhão em 2022, um avanço de 54% ante o ano anterior. Já o lucro, considerando os efeitos do IFRS, deu um salto ainda mais expressivo: avançou 194%, para US$ 716 milhões, quase triplicando em relação a 2021.
No pregão anterior ao resultado, no entanto, a expectativa pelos bons números, que já eram esperados pelo mercado, deu lugar ao desânimo dos investidores pelos impactos possíveis após o governo anunciar a taxação das exportações de petróleo. A ação fechou me queda de 0,95%.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizçaão) ajustado também foi recorde, chegando a US$ 900 milhões, uma alta de 73%.
Contribuíram significativamente para o aumento de receita da companhia o fato da produção ter atingido a média de 40,4 mil barris diários ao longo do ano, sendo 47,6 mil barris diários no último trimestre, 47,4% e 28% maiores em comparação a 2021, respectivamente; e, a redução de 18% no lifting cost em comparação com o ano anterior, batendo, mais uma vez, o menor patamar já registrado.
No último trimestre de 2022, a PRIO vendeu 2,3 milhões de barris, totalizando 12,3 milhões de barris comercializados no ano, com preço médio bruto de venda de US$ 100,12, 35% acima do registrado em 2021. No total, a companhia produziu 14,8 milhões de barris.
No âmbito dos novos negócios, a PRIO concluiu a aquisição de Albacora Leste nesse início de 2023, agregando uma produção de cerca de 30 mil barris de óleo por dia e mais de 240 milhões de barris de reserva provada. Ao todo, a empresa aumentou sua produção em mais de 2 vezes entre os primeiros meses de 2022 e os primeiros meses de 2023.
Os analistas do Credit Suisse se puseram a calcular o impacto. Assumindo que a PRIO atualmente produz 80 mil barris diários, a equipe de analistas acredita que o impacto negativo seria de US$ 75 milhões no Ebitda, ou US$ 50 milhões após impostos. Isso considera quatro meses de impostos de exportação e preços do petróleo tipo Brent em US$ 85.
Se o governo eventualmente decidir estender os impostos de exportação, o impacto no Ebitda pode chegar a US$ 225 milhões em um ano inteiro, cerca de 15% do que o banco estima para a empresa em 2023.
"Finalmente, em um cenário ainda mais negativo, se incorporássemos impostos de exportação indefinidamente em nosso modelo, então nosso preço-alvo para PRIO provavelmente cairia para R$ 35 por ação contra nosso atual preço-alvo de R$ 42 por ação."