CSU: plano da companhia também está a oferta de serviços para fora do país (CSU/Divulgação)
Editora de Finanças
Publicado em 10 de maio de 2024 às 09h50.
Com crescimento de resultado a cada trimestre, a CSU Digital (CSUD3), empresa de tecnologia e soluções financeiras, faz planos para expandir os negócios. No primeiro trimestre deste ano, a companhia teve lucro recorde de R$ 24,23 milhões, um aumento de 20% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Em entrevista à EXAME Invest, Fabiano Droguetti, Chief Operating Officer da CSU Digital e Bruno Costa, Chief Product Officer, falaram sobre o uso de inteligência artificial nos meios de pagamentos, a aposta de crescimento em uma frente de negócios recém-lançada e expansão internacional. Pioneira no processamento de cartão de crédito no país, a empresa de mais 30 anos, tem trabalhado para diversificar seu portfólio. Atualmente, a companhia tem duas frentes de negócio: a CSU Pays e CSU DX.
A CSU Pays é focada em meios de pagamento, fidelização e banking as a service (BaaS). No primeiro trimestre desse ano, este segmento cresceu 8,4% em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para expansão das receitas digitais, alta de 11%. Já a CSU DX é dedicada à experiência digital. Ambas têm uma forte atuação de inteligência artificial.
Sobre a Inteligência Artificial, Bruno Costa explica que ela é utilizada, por exemplo, na melhora do índice de aprovação da transação financeira para reduzir o risco do cliente. “Um dos grandes problemas de qualquer sistema de prevenção da fraude é o falso positivo. É uma transação legítima, você está fazendo uma compra, mas por alguma característica o sistema de prevenção da fraude não entender que aquela compra tem risco.”
Outro carro-chefe da CSU é embedded finance, que permite que empresas ofereçam produtos e serviços financeiros dentro da sua cadeia de clientes e fornecedores. “O embedded finance é algo complexo. Regulação é forte e é necessário muito conhecimento técnico. Nossa proposta é facilitar o acesso das empresas que não precisam ser especialistas em serviços financeiros, para poder compor na sua oferta para o cliente final, um serviço financeiro”, diz Droguetti.
No ano passado, a estratégia da companhia foram aprimoramento e lançamento de plataformas de soluções. Uma operação focada na plataforma de soluções de processamento de transações financeiras e a outra em hiperautomação de processos de negócios. Esta última, chamada de HAS, é a grande aposta da CSU para os próximos anos.
A plataforma tem objetivo de agilizar processos internos, de acordo com a necessidade de cada cliente. Ela tem sido utilizada para solucionar desafios dentro de áreas como atendimento ao cliente. A plataforma consegue acelerar processos cruzando um alto volume de informações e usando análise de dados em diferentes formatos. Isso reduz o custo das empresas e aumenta a eficiência. Atualmente, ela está sendo testada no formato piloto em alguns clientes da CSU. Os resultados até agora foi um aumento de eficiência em 40% e redução de custo de até 50%.
A CSU tem colhido os frutos de seu plano. Segundo a companhia, o primeiro trimestre de cada ano, historicamente, costuma ser o de menor intensidade comercial para a maior parte dos setores que a empresa atende. Mesmo assim, a empresa teve crescimento de 2,6% de receita em relação ao quarto trimestre de 2023 (normalmente o quarto é o mais forte do ano). De janeiro a março, a receita ficou em R$ 139 milhões, uma alta de 4,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.
No plano da companhia também está a oferta de serviços para fora do país. Recentemente, a CSU tem um escritório nos Estados Unidos, mas a operação ainda não começou. A ideia é iniciar pelo braço de meios de pagamento e expandir para outras soluções.
“O mercado americano é supercompetitivo. Sabemos que não é um mercado fácil de entrar. É uma competição forte, todo mundo quer pegar um pedacinho desse mercado, mas a gente entende que a tecnologia que temos aplicado no Brasil e nossa expertise é um diferencial competitivo. Hoje, nós competimos com gigantes americanos”, diz Droguetti.
Ele acrescenta que o mercado brasileiro é muito avançado em tecnologias, soluções, inovação e segurança. Ao mesmo tempo, em que o mercado americano enfrente desafios novos para eles, com a alta de juros. “Quando a gente olha esse cenário e a nossa expertise aqui, já de um cenário bastante complexo que é o cenário brasileiro, acreditamos que o momento é propício para entrar lá.”