As blue chips brasileiras, ações de bancos e de empresas produtoras e exportadoras de commodities, lideraram a retomada da bolsa em novembro em valor de mercado (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2020 às 06h00.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, começa a semana diante da perspectiva de alcançar o melhor resultado mensal desde dezembro de 1999.
Com uma alta acumulada de 17,69% no mês, o Ibovespa alcançará essa marca se subir 0,20% no pregão desta segunda, o que o levaria a fechar com um ganho de 17,93%. Seria ligeiramente acima da alta de 17,92% em outubro de 2002 e ficaria abaixo apenas da valorização de 24,04% em dezembro de 1999.
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A valorização em reais de 17,69% da bolsa brasileira em novembro foi puxada pelas grandes empresas, as blue chips: juntas, Vale (VALE3), Petrobras (PETR3), Itaú (ITUB3), Bradesco (BBDC3), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBSA3) aumentaram seu valor de mercado em cerca de 307 bilhões de reais no mês, segundo dados da consultoria Economatica.
Ou seja, as duas gigantes de commodities e os quatro maiores bancos do país responderam por praticamente metade dos 621 bilhões de reais de ganho da bolsa neste mês.
A forte retomada tem sido motivada essencialmente pelo cenário externo, com a volta do apetite a risco do investidor estrangeiro diante da redução das incertezas para os próximos meses. Essa categoria de investidor ingressou com 30 bilhões de reais (compras menos vendas) no mês até a quarta passada, dia 25, sinalizando ao menos temporariamente a interrupção de um longo período de saída da bolsa brasileira.
A vitória da democrata Joe Biden na eleição do último dia 4, com o iminente desfecho sem uma batalha arrastada nos tribunais e com a manutenção da maioria republicana no Senado, foi o principal motivo para a alta da bolsa brasileira.
Esse cenário foi conjugado com notícias positivas de eficácia em três vacinas para o novo coronavírus que estão na terceira e última fase de testes: a da Pfizer com a BioNTech, a da Moderna e a da AstraZeneca com a Universidade de Oxford.
As notícias positivas nas duas frentes -- mudança de certa forma pacífica de poder na maior economia do mundo e perspectivas de aprovação de uma vacina -- desencaderam um rali em ativos de emergentes, um fenômeno que beneficiou diretamente o Brasil.
O ganho do Ibovespa até a última sexta, 27, já está acima da melhor marca desde outubro de 2002, que foi a valorização de 16,97% em março de 2016, às vésperas do afastamento de Dilma Rousseff da presidência.