Mesmo com a disparada das ações, a Rio Gestão ainda vê espaço para a valorização do Inter | Foto: Inter/Divulgação (Inter/Divulgação)
Paula Barra
Publicado em 7 de julho de 2021 às 21h11.
Última atualização em 8 de julho de 2021 às 00h25.
Apesar da alta de 430% nos últimos 12 meses, os papéis do Inter (BIDI11) ainda têm espaço para subir, avalia Cristiano Pinelli, sócio e fundador da Rio Gestão. Para ele, os ativos podem não estar mais tão baratos em Bolsa, mas, diante das avenidas de crescimento, seguem como uma oportunidade no mercado.
"Desde o IPO do Inter para cá, muita coisa mudou. O banco saiu de 1 milhão de clientes [em 2018] para mais de 12 milhões e está entrando agora na economia real, com a área de marketplace, que será aberta em breve para não correntistas", disse Pinelli no programa Examinando a Bolsa, da EXAME Invest, desta quarta-feira, 7.
"Apesar dos preços [dos papéis] relativamente altos, ainda acreditamos que tem muita coisa para acontecer. É até difícil acompanhar. Todo dia tem um evento novo. Nossa impressão é que o Inter não está caro e ainda segue como uma boa opção de investimento para os próximos anos", afirmou o gestor. Atualmente, os papéis BIDI11 representam a maior posição do fundo de ações que o executivo administra na Rio Gestão.
Com a plataforma de vendas Inter Shop, o banco visa aumentar o número de clientes em sua plataforma, além de oferecer outras funcionalidades como crédito – apontado por Pinelli como outra via de expansão.
Depois de levantar há duas semanas 5,5 bilhões de reais em uma oferta subsequente de ações – dos quais 2,5 bilhões de reais vindos da companhia de meios de pagamentos Stone –, o Inter está em busca de outros segmentos.
"O Inter está criando vários negócios, que vão desde telefonia e serviços financeiros a vendas de produtos. Tem muita coisa a ser feita ainda. É um negócio que se autoalimenta", comentou o gestor no programa.
Além disso, Pinelli avalia que os planos de internacionalização do banco, com a potencial listagem de ações na Nasdaq, como um potencial catalisador para os papéis, principalmente se o IPO do Nubank vier primeiro e tiver uma boa colocação.
"Acho que tem tudo para ter [uma boa colocação], como já estamos vendo com [o investimento de Warren] Buffett no banco", afirmou. No início do mês passado, o megainvestidor americano investiu 500 milhões de dólares no Nubank por meio da sua holding Berkshire Hathaway, em rodada que avaliou o banco em 30 bilhões de dólares.
Mas, apesar do otimismo, o gestor frisou que é preciso ter pés no chão. "Essa é uma ação de crescimento, não é um papel de transmissão de energia [considerado como defensivo]. Por isso, [o investidor] tem que acertar o tamanho da posição, para poder fazer essa travessia. O papel pode não estar mais tão barato, mas é porque ainda tem muita coisa para acontecer", comentou.
O Examinando a Bolsa é transmitido ao vivo de segunda a sexta-feira, às 17h30, no Instagram e no Youtube da EXAME Invest.
Veja abaixo a edição completa desta quarta-feira: