Na BM&F, a moeda spot encerrou com alta de 0,58%, a R$ 2,0725 (Jo Yong hak/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2012 às 18h04.
São Paulo - A desvalorização do real na parte da manhã, alimentada pela elevação da aversão ao risco em escala global, foi interrompida pelo swap cambial tradicional feito pelo Banco Central no fim da primeira etapa dos negócios. Na segunda parte da sessão, o dólar renovou mínimas sequenciais, na contramão da valorização da moeda norte-americana em relação às principais divisas de exportadores de commodities.
Atrai a atenção dos agentes financeiros o número de contratos vendidos no swap cambial, muito abaixo da oferta de até 80 mil, fortalecendo a percepção de que parte da alta nos últimos dias possa ser especulação e forma de testar a tolerância do BC quanto à magnitude de valorização do dólar.
No balcão, o dólar à vista fechou a quarta-feira na mínima, a R$ 2,0430, com queda de 1,73%. Pouco antes do anúncio do leilão, a piora no ambiente internacional havia impulsionado o dólar para R$ 2,1030, com valorização de 1,15%, na máxima do dia.
Na BM&F, a moeda spot encerrou com alta de 0,58%, a R$ 2,0725. O giro financeiro total somava US$ 1,497 bilhão até as 16h30 (US$ 1,448 bilhão em D+2). Neste final de tarde, o dólar para junho recuava 2,39%, para R$ 2,045.
Na intervenção da autoridade monetária, a oferta foi de até 80 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimentos em 2 de julho de 2012 e 1º de agosto de 2012. Da oferta, 26,4 mil contratos foram negociados. A operação equivaleu à venda de US$ 1,309 bilhão no segmento futuro.
Para um experiente operador, o mercado está devolvendo parte do "exagero" da alta nos dias anteriores. "Parcela do avanço da moeda (nestes dias) esteve ligada às incertezas externas, mas outra parte é pura especulação. Isso fica evidente pela venda de 26,4 mil contratos (de swap cambial tradicional), enquanto a oferta era de 80 mil", observou o profissional.
Logo cedo, norma da Receita Federal regulamentando a isenção de IOF para o hedge cambial de exportadores chegou a pressionar o dólar para baixo, movimento que se esvaziou na sequência, diante do entendimento dos agentes financeiros de que não havia mudanças substanciais ao que foi estabelecido em março.
Em grande medida, a percepção de estrategistas de moedas é de que as incertezas ligadas à Europa e ao ritmo de desaceleração da economia chinesa mantêm o real vulnerável às variações de sentimento dos investidores no exterior. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o fluxo cambial acumulado no mês de maio até o dia 18 está negativo em US$ 1,511 bilhão.